Os pre�os do grupo Alimenta��o dentro do �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltaram ao terreno deflacion�rio na primeira quadrissemana de julho pela primeira vez desde fevereiro do ano passado. A informa��o foi dada nesta segunda-feira, 8, pelo coordenador do IPC-S e pesquisador da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Esta classe de despesa registrou queda de 0,08% nesta leitura inicial de julho, ante recuo de 0,02% no fechamento de fevereiro de 2012, e chegou ao menor patamar desde a terceira quadrissemana daquele m�s (-0,09%). No t�rmino do m�s passado, Alimenta��o teve ligeira alta, de 0,02%.
O comportamento do grupo colaborou para que a infla��o geral do per�odo desacelerasse de 0,35% no fechamento de junho para 0,23% na primeira quadrissemana de julho, sendo este o patamar mais baixo para o IPC-S desde o fechamento de julho de 2012 (0,22%). O principal motor para a trajet�ria entre o fechamento de junho e a primeira apura��o de julho, contudo, veio do grupo Transportes. "A maior contribui��o individual para a queda da infla��o veio da revoga��o do reajuste do �nibus", disse Picchetti, acrescentando que esta contribui��o foi de -0,05 ponto porcentual. O item Tarifa de �nibus Urbano avan�ou 0,51%, ante 2,10% no encerramento de junho.
O movimento foi determinante para levar o grupo Transportes para o campo negativo (0,30% para -0,01%), com ajuda tamb�m das quedas dos pre�os de combust�veis. Gasolina recuou 0,25% e etanol, 2,47%. "Mas estes pre�os j� estavam em queda. Esta n�o � a novidade", ponderou.
De volta aos pre�os dos alimentos, Picchetti chamou a aten��o para os in natura, que t�m sido fundamental para o comportamento da infla��o do grupo. Entre os itens, ele destacou tomate (-12,59%) mam�o (-11,66%), batata (-3,18%). O subgrupo Frutas, por exemplo, acelerou a defla��o de 1,33% para 2,88%.
Ao explicar as raz�es para o desempenho mais favor�vel de Alimenta��o, o coordenador afirmou serem "duas coisas". Al�m de n�o ter havido piora da oferta por problema clim�tico, Picchetti disse que a infla��o elevada pesou na demanda. "Os dados do com�rcio do IBGE e do setor de supermercados j� mostram que a infla��o do primeiro semestre refletiu em queda da demanda. Por isso, o aumento de pre�os dos �ltimos 12 meses chegou ao esgotamento. N�o h� poder aquisitivo para continuar sancionando essa eleva��o cont�nua. Estava demorando muito para acontecer", avaliou.
Esse efeito da infla��o na demanda, ainda segundo Picchetti, "� bem vis�vel" nos in natura, "porque h� possibilidade de substitui��o de uma coisa pela outra no consumo".
A despeito do desempenho bastante significativo de Alimenta��o no come�o deste m�s, a proje��o do coordenador para o IPC-S no fechamento de julho, de 0,25%, est� mantida. "Esse n�mero de 0,23% logo na primeira semana j� est� bem pr�ximo do esperado para o m�s, mas vou esperar ao menos at� a pr�xima leitura para eventualmente rever para baixo", disse Picchetti, alegando que aquele conjunto de pre�os pode trazer alguma surpresa at� l�.
Do mesmo modo, para o final de 2013, Picchetti mant�m a expectativa de varia��o acumulada de 5,70% para o IPC-S.