Os recuos na ocupa��o (-0,5%) e nas horas pagas (-0,7%) da ind�stria em maio t�m rela��o direta com o ritmo mais fraco da produ��o no m�s, avalia Andr� Macedo, coordenador da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Sal�rio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), divulgada nesta quarta-feira, 10. A ind�stria pisou no freio em maio, registrando uma queda de 2% na produ��o industrial frente a abril. A folha de pagamento do setor, entretanto, continua crescendo, descolada dos demais indicadores.
Apesar dos dados negativos na margem, Macedo diz que a situa��o do emprego industrial no ano ainda � est�vel. Embora a queda do emprego industrial em maio seja a mais intensa desde dezembro de 2009, quando o recuo foi de 0,6%, ele destaca que � o primeiro resultado negativo desse indicador no ano. A m�dia m�vel trimestral levemente negativa (-0,1%) manteve o comportamento de estabilidade observado desde julho do ano passado.
"O mercado de trabalho, descontando os sal�rios, fica no padr�o que se observa h� algum tempo: estabilidade, mas num patamar mais abaixo. O m�s de maio foi marcado por um comportamento bastante negativo da ind�stria, que se refletiu no emprego industrial", disse.
Para o economista, a volatilidade da produ��o industrial dificulta a identifica��o de uma tend�ncia para o setor. Por isso, o fechamento do m�s de junho (e do primeiro semestre) ser� importante para identificar a dire��o em que a ind�stria e o mercado de trabalho industrial caminham.
Embora o n�mero de horas pagas seja um indicador antecedente de contrata��es, Macedo n�o acredita que o dado de maio seja um indicativo seguro. Isso porque, al�m de refletir a produ��o mais fraca de maio tamb�m embute a base mais alta de compara��o de abril, quando houve crescimento de 1% nesse indicador. O economista destaca o aumento do n�vel de estoques da ind�stria em maio como o fator que explica a queda mais intensa da produ��o e um componente importante para entender a din�mica de menos horas extras pagas no setor.
A folha de pagamento dos trabalhadores da ind�stria se descolou do contexto negativo da ocupa��o e horas trabalhadas em maio. A alta de 1,7% em maio ante abril foi inflada pelo pagamento de participa��o nos lucros pela Petrobras. Por conta disso, a folha do setor extrativo cresceu 29,4% no m�s, ante meros 0,3% da ind�stria de transforma��o.
A despeito do dado fora da curva, Macedo destaca que apesar de uma redu��o de velocidade, a folha de pagamento acumula 41 meses de taxas positivas consecutivas na compara��o m�s contra igual m�s do ano anterior. Em maio, o avan�o foi de 5,8% ante maio de 2012, tamb�m impulsionado pelo setor extrativo.
"Aquele trabalhador que fica no setor industrial nos �ltimos tr�s anos e meio vem mostrando uma renda mais alta", diz Macedo. Os ganhos salariais do trabalhador do setor industrial no per�odo sinalizam a decis�o da ind�stria de manter em seus quadros os profissionais mais qualificados, apesar do menor ritmo da produ��o. Para isso, pesam tamb�m os custos de contrata��o e demiss�o.