O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal deve cair 2% este ano. Ser� a terceira queda anual consecutiva. A gera��o de riqueza no pa�s caiu em 1,6% em 2011 e 3,2% em 2012. A previs�o oficial � a de que a economia portuguesa s� volte a subir no pr�ximo ano (0,3%). Os dados s�o do Banco de Portugal (Banco Central) que divulgou hoje (17) o Boletim Econ�mico de Ver�o.
O boletim indica uma ligeira melhora no cen�rio recessivo de 2013, mas perspectiva de menor crescimento no ano que vem do que inicialmente previsto na edi��o de primavera. “A atual proje��o para o crescimento do PIB em 2013 representa uma revis�o em alta de 0,3 ponto percentual face � publicada no Boletim Econ�mico da Primavera, refletindo, em particular, uma evolu��o mais favor�vel das exporta��es de bens. Por sua vez, a proje��o para 2014 foi revista 0,8 ponto percentual em baixa, traduzindo, no essencial, o impacto da incorpora��o de medidas de consolida��o or�amental”, indica o Banco de Portugal.
Este ano, a procura interna (empresas e fam�lias) cair� 4,4% e em 2014 ficar� em baixa de 1,1%. A demanda nos dois anos � negativamente influenciada pela pol�tica de conten��o de gastos do governo e de redu��o de investimentos para que o pa�s tenha equil�brio fiscal. Segundo a Assembleia da Rep�blica, no entanto, a harmonia entre receita e despesa do Estado est� amea�ada pois o d�ficit das administra��es p�blicas do primeiro trimestre deste ano (4,1 bilh�es de euros) consumiu quase metade (46%) do total previsto para todo ano.
Os dados de economia s�o divulgados no dia em que Portugal emite bilhetes do tesouro nacional de curto prazo (pagamento de seis a 12 meses) para tentar levantar cerca de 1,5 milh�o de euros no mercado financeiro. A rentabilidade dos t�tulos e a solv�ncia do emissor costumam ser observadas por investidores.
Segundo o Banco de Portugal, al�m do equil�brio das contas p�blicas, o pa�s busca reduzir o “grau de endividamento do setor privado” e desalavancar gradualmente o setor banc�rio. Esses fatores levar�o ao refor�o da capacidade de financiamento da economia portuguesa, fundamental para consolidar o regresso da posi��o de investimento internacional a uma trajet�ria sustent�vel, promovendo uma gradual normaliza��o das condi��es de financiamento da economia portuguesa, de acordo com o documento.
Na �ltima d�cada, Portugal foi o pa�s que menos cresceu entre as oito economias que formam a Comunidade de Pa�ses de L�ngua Portuguesa (CPLP).
Al�m dos problemas econ�micos, h� o risco de piora do quadro social e riscos de governabilidade.
Amanh�, a Assembleia da Rep�blica vota mo��o de censura ao governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho enquanto, ao mesmo tempo, os tr�s maiores partidos pol�ticos tentam um acordo de “salva��o nacional”, conforme pedido pelo presidente An�bal Cavaco Silva.