Bancos centrais da �ndia, Indon�sia e Turquia est�o seguindo os passos do Brasil e passaram a subir juros ou adotaram outras medidas de aperto monet�rio numa tentativa de impedir uma desvaloriza��o mais forte das suas moedas em rela��o ao d�lar, temendo impacto adverso na infla��o.
Essa corrida para evitar uma fuga de capital e estabilizar a taxa de c�mbio foi deflagrada ap�s o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicar que poder� come�ar a reduzir os est�mulos monet�rios injetados na economia dos Estados Unidos at� o fim deste ano. Desde ent�o, os juros pagos pelos t�tulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) subiram com for�a, provocando uma alta do d�lar no mercado internacional. As moedas emergentes foram as que mais sofreram com esse movimento de valoriza��o do d�lar.
“A prioridade desses bancos centrais mudou: agora a preocupa��o � com a infla��o e com a desvaloriza��o cambial”, disse Ilan Solot, estrategista de c�mbio para mercados emergentes da Brown Brothers Harriman em Londres. Segundo ele, �ndia, Indon�sia, Turquia e Brasil est�o enfrentando infla��o mais alta do que muitos outros emergentes, da� a defesa do c�mbio neste momento.
Na segunda-feira, 15, o BC da �ndia (RBI, na sigla em ingl�s) elevou em 2 pontos porcentuais a taxa de juros pela qual os bancos indianos pagam para acessar recursos do RBI e assim atender �s suas necessidades di�rias de capital. Al�m disso, o RBI far� na quinta-feira, 18, uma opera��o de venda de t�tulos p�blicos para enxugar a liquidez no valor de 120 bilh�es de rupias.
Essa reviravolta acontece apenas dois meses depois que o RBI reduziu os juros b�sicos na �ndia. Em junho, a infla��o anual na �ndia bateu 9,87%.
Tamb�m na segunda-feira, o presidente do BC da Turquia, Erdem Basci, disse que est� considerando elevar os juros na reuni�o de pol�tica monet�ria do dia 23. “A incerteza sobre a pol�tica monet�ria e fiscal e a volatilidade associada a isso recentemente t�m ficado elevados no n�vel global. O Banco Central n�o permitir� repercuss�es negativas desses desenvolvimentos na estabilidade de pre�os e na estabilidade financeira na Turquia”, disse Basci em um comunicado. Na semana passada, o BC turco vendeu um volume recorde de US$ 2,25 bilh�es no mercado de c�mbio para conter a desvaloriza��o da lira. A infla��o em 12 meses na Turquia atingiu 8,3% em junho.
Ainda na semana passada, o BC da Indon�sia surpreendeu os investidores ao elevar sua taxa b�sica de juros em 0,50 ponto porcentual, mais do que o esperado, para 6,5%, como “medida preventiva” para evitar uma deteriora��o das expectativas inflacion�rias. A infla��o anual na Indon�sia subiu para 6,9%. Na segunda-feira, o d�lar ultrapassou a barreira psicol�gica de 10.000 rupias indon�sias pela primeira vez desde 2009.
Estrat�gia
Com os juros de mercado nos EUA subindo e tornando aplica��es denominadas em d�lar mais atraentes para os investidores, o movimento de bancos centrais emergentes visa atenuar a sa�da de capital estrangeiro desses mercados, dizem analistas. Agravando a situa��o est� o temor com a acelera��o da infla��o e da fragilidade da pol�tica fiscal desses pa�ses emergentes.
“Os pa�ses emergentes com d�ficits de conta corrente crescentes, cujas moedas est�o sendo punidas pelo mercado desde maio, passaram a revidar (com medidas) nesta semana”, afirmaram analistas de c�mbio do banco ING em nota a clientes.
Tamb�m em nota a clientes, o chefe de pesquisa para mercados emergentes do banco alem�o Commerzbank, Simon Quijano-Evans, disse que nos pa�ses emergentes onde incertezas quanto � pol�tica econ�mica est�o elevadas (“com a Turquia liderando a lista, seguida da �ndia”), os investidores se tornaram muito mais cautelosos. Mesmo com o al�vio nas taxas dos t�tulos do Tesouro americano dos �ltimos dias, “os bancos centrais emergentes devem se preparar para o per�odo p�s-setembro quando come�armos a ver a��es do Fed”.