Os ministros do G-20 concordaram em colocar o crescimento antes da austeridade ap�s dois dias de reuni�o, o que representa uma vit�ria das vis�es norte-americanas em meio � preocupa��o com a fraca recupera��o global. Depois dos debates na capital russa, os ministros declararam que "a prioridade de curto prazo � impulsionar o crescimento e a cria��o de empregos".
O resultado evidencia uma mudan�a de pensamento na Europa e marca tamb�m a diferen�a em rela��o �s reuni�es anteriores do G-20, que enfatizaram a necessidade de consertar os or�amentos nacionais.
A Alemanha tem pressionado o G-20 a adotar r�gidas metas para reduzir as d�vidas dos pa�ses ap�s o fim, em 2016, do atual acordo do grupo para diminuir d�ficits or�ament�rios. Mas esse esfor�o encontrou forte oposi��o nos EUA e as autoridades alem�s receberam pouco apoio dos outros pa�ses desta vez.
"Com seu forte comunicado neste fim de semana, o G-20 reconheceu a necessidade de buscar pol�ticas que impulsionem crescimento e empregos", disse hoje o secret�rio do Tesouro dos EUA, Jacob Lew ao Wall Street Journal. Citando o exemplo dos EUA, ele afirmou que "est� claro que uma pol�tica macroecon�mica inteligente, centrada em empregos, � a melhor forma de motivar o crescimento econ�mico, seguida pela consolida��o fiscal quando o crescimento da demanda privada estiver estabelecido".
No entanto, as autoridades alem�s prometeram voltar a esse assunto novamente quando os l�deres do G-20 se reunirem em S�o Petersburgo daqui a seis semanas.
Ainda n�o est� claro se o novo tom do G-20 vai se transformar em alguma a��o. Em certo grau, a Uni�o Europeia e seu mais poderoso membro - a Alemanha - j� come�aram a conceder a pa�ses como Espanha, Irlanda e Portugal mais tempo para escaparem da recess�o antes de um aperto mais forte dos cintos.
Mas a reuni�o em Moscou destacou que a austeridade n�o � mais uma op��o por enquanto. "A prioridade no curto prazo � crescimento, crescimento, crescimento", disse o ministro de Finan�as da Fran�a, Pierre Moscovici.
"Infelizmente n�o foi poss�vel atualizar de forma confi�vel as metas estabelecidas previamente em Toronto", disse o presidente do banco central alem�o, o Bundesbank, Jens Weidmann, ap�s a divulga��o do comunicado do G-20. J� o ministro de Finan�as da Alemanha, Wolfgang Sch�uble, afirmou que houve um "intenso" debate sobre or�amentos nacionais e sugeriu que ele voltar� a esse assunto em setembro. "Ainda � importante desenvolvermos metas espec�ficas e razo�veis para os pa�ses do G-20", frisou.
A reuni�o dos ministros de Finan�as e banqueiros centrais do G-20 ocorreu com a inten��o de pavimentar o caminho para a reuni�o de c�pula do grupo em S�o Petersburgo, em setembro. A decis�o mais concreta do encontro foi apoiar um plano da Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) que visa combater a evas�o fiscal por parte de companhias multinacionais.
Pol�tica monet�ria
Diversos pa�ses em desenvolvimento tamb�m expressaram o temor de que suas economias sofram quando o Federal Reserve (o banco central norte-americano) come�ar a reduzir o seu programa de compra de ativos. As compras do Fed, elaboradas para manter baixas as taxas de juros, injetaram dinheiro em pa�ses como o Brasil e a Coreia do Sul na medida em que investidores buscaram retornos maiores fora dos EUA.
Agora, essa liquidez abundante est� em risco enquanto o Fed tenta cuidadosamente iniciar sua sa�da das pol�ticas monet�rias acomodat�cias, fazendo com que as moedas dos pa�ses emergentes caiam fortemente e suas taxas de juros avancem.
Os russos, que atualmente det�m a presid�ncia do G-20, disseram que os membros do grupo concordaram em definir uma "troca de informa��es" para melhorar a comunica��o sobre pol�tica monet�ria entre as autoridades. No entanto, uma fonte norte-americana negou que os EUA tenham se comprometido com isso e o comunicado final do G-20 disse somente que futuras mudan�as nas pol�ticas monet�rias "continuar�o a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas". Fonte: Dow Jones Newswires.