O grupo Eletrobras ingressou na noite de segunda-feira, 22, na Justi�a, em Bras�lia, com uma proposta de diss�dio para o acordo coletivo 2013/2014. O objetivo da a��o � encerrar a greve por tempo indeterminado, iniciada pelos empregados na segunda-feira da semana passada, 15.
Apesar de confirmar o procedimento, a estatal n�o entrou em detalhes sobre a a��o e nem em qual inst�ncia judicial a companhia entrou com o pedido. Os sindicatos estimam que entre 80% e 90% dos 28 mil funcion�rios da Eletrobras tenham aderido � paralisa��o.
A judicializa��o da greve era esperada pelos sindicatos de trabalhadores ligados � holding e suas subsidi�rias. A administra��o da estatal havia dito �s entidades, em reuni�o na �ltima sexta-feira, 19, que poderia solicitar � Justi�a do Trabalho a decreta��o do car�ter abusivo da greve.
"Com base em quais argumentos eles iriam pedir isso, n�s n�o sabemos", afirmou o diretor de Negocia��es Coletivas do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (Senge-RJ), Gunter de Moura Angelkorte.
O sindicalista afirmou que todos os servi�os essenciais da Eletrobras est�o sendo mantidos, inclusive os da esfera administrativa. "N�o est� faltando energia no Pa�s e, previamente, os sindicatos discutiram a lista de servi�os essenciais, inclusive os burocr�ticos. N�o quer�amos que a empresa fosse multada por deixar de pagar um imposto ou cumprir compromissos", explicou.
Embora desconhe�a os termos propostos pela Eletrobras, Angelkorte n�o acredita que a companhia tenha melhorado sua oferta. O diretor do Senge disse que ocorrer� na quarta-feira, 24,, em Bras�lia, uma reuni�o do Coletivo Nacional dos Eletricit�rios (CNE) para discutir uma estrat�gia diante da judicializa��o da greve promovida pela estatal.
Angelkorte explicou que a Justi�a n�o tem o poder de determinar que os trabalhadores aceitem a oferta apresentada pela empresa. "A lei diz que a aprova��o do acordo coletivo depende da anu�ncia das duas partes."
Inclusive, o sindicalista lembrou que a s�mula 277/12, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determina que, se n�o houver um acordo entre as partes, valeriam as condi��es do acordo coletivo do ano anterior.
Na �ltima sexta-feira, as negocia��es emperraram novamente ap�s a estatal retirar da mesa de negocia��o sua nova proposta. Na ocasi�o, o diretor-presidente da Eletrobras, Jos� da Costa Carvalho Neto, e o diretor de Administra��o da estatal, Miguel Colasuonno, negociaram reajuste salarial que traria um ganho real aos trabalhadores, mas que teria de valer por dois anos. Os sindicatos n�o aceitaram e apresentaram contraproposta, que foi recusada pela Eletrobras.
Os sindicatos pleiteiam reajuste salarial de 11,18%, sendo 6,88 pontos porcentuais relativos ao �ndice de infla��o calculado pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) e 4,3 pontos porcentuais relativos ao crescimento m�dio do consumo residencial de energia el�trica nos �ltimos meses.
Por conta da greve, as trocas de turno dos trabalhadores da �rea de opera��o est�o ocorrendo a cada 24 horas. J� as equipes de manuten��o n�o est�o deixando as suas bases para realizar os servi�os de rotina.