Taxa de desemprego aumenta e chega a 6% no Brasil em junho

A desacelera��o da economia e os baixos n�veis de investimentos no pa�s est�o fazendo o emprego parar de crescer no Brasil. Em junho, a taxa de desocupa��o estimada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), foi de 6% no pa�s. Isso significa que a cria��o de postos de trabalho se manteve praticamente est�vel em rela��o a junho do ano passado (5,9%) e ao m�s anterior (5,8%). Apesar da expans�o pequena frente ao m�s anterior, foi a maior taxa desde abril de 2012, quando tamb�m marcou 6%. E � o sexto m�s consecutivo que o desemprego n�o cede. A renda da popula��o no pa�s tamb�m caiu pela quarta vez seguida.

J� na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), os n�meros apontam para uma realidade um pouco diferente: a taxa de desemprego foi de 4,1% em junho, abaixo da m�dia das seis �reas pesquisadas pelo IBGE. Na Regi�o Metropolitana de Porto Alegre, a taxa ficou menor ainda, em 3,9%. Em ambos os casos, foi a menor taxa de desemprego para junho desde que a s�rie hist�rica do instituto come�ou a ser medida, em mar�o de 2002.

De acordo com Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a taxa de desocupa��o de junho deste ano empatou com a de abril de 2012, registrando seu patamar mais alto dos �ltimos 14 meses. “Mas em termos de estat�stica, o aumento de 5,8% de maio para 6% em junho (de 2013) significa que o emprego ficou est�vel”, sustentou. Por outro lado, apesar de os n�meros da RMBH terem apontado para a queda no desemprego, de acordo com Ant�nio Braz, analista do IBGE em Minas, a redu��o ocorreu porque o mercado de trabalho na regi�o encolheu e o n�mero de desocupados, ou seja, das pessoas que desistiram de procurar trabalho, tamb�m foi reduzido.

Segundo Braz, na compara��o com igual m�s do ano anterior, houve uma redu��o de 60 mil pessoas na Popula��o Economicamente Ativa (PEA) da RMBH. Diante disso, a ocupa��o caiu em cerca de 46 mil pessoas. A queda no n�mero de desocupados foi de 13 mil. “O que permitiu que a taxa de desemprego ca�sse na RMBH foi a redu��o conjugada dos dois componentes da PEA, a ocupa��o e a desocupa��o. Por isso a taxa de desemprego caiu de 4,5% em junho de 2012 para 4,1% no mesmo m�s deste ano”, explica.

Segundo ele, na Grande BH as maiores redu��es na ocupa��o ocorreram nas atividades de constru��o (-15 mil), ind�stria extrativa e de transforma��o e produ��o e distribui��o de eletricidade, g�s e �gua (-14 mil), servi�os dom�sticos (-14 mil) e na intermedia��o financeira e atividades imobili�rias, alugu�is e servi�os prestados � empresa (-11 mil). Por outro lado, houve aumento de 12 pessoas ocupadas na administra��o p�blica, defesa, seguridade social, educa��o, sa�de e servi�os sociais.

Encolhendo

“A situa��o de dinamismo que o mercado vinha apresentando n�o ocorre mais. A taxa vem se mantendo baixa porque a PEA tamb�m foi reduzida. Isso � um reflexo do baixo crescimento no pa�s. A RMBH vinha com taxas de desemprego muito baixas por causa do dinamismo da economia local, mas o mercado de trabalho est� diminuindo”, analisa Braz. Na compara��o entre maio e junho, o levantamento apontou para uma redu��o de 45 mil pessoas na PEA. Nesse intervalo, o n�mero de pessoas ocupadas encolheu em 26 mil e o de desocupados em 9 mil.

J� o rendimento m�dio real do trabalho principal habitualmente recebido por m�s ficou em R$ 1.777,70 na Grande BH e R$ 1.869,20 no Brasil. As quedas na compara��o com maio foram de 4% e 0,2%, respectivamente. Na compara��o com junho de 2012, as varia��es reais foram de -5,1% e 0,8%. A vendedora Adriana Aparecida de Souza sentiu no bolso o achatamento salarial. Ela comercializa salgados congelados feitos por uma empresa e diz que em junho as vendas encolheram. “Como vendemos menos, meu sal�rio foi 6% menor do que no m�s anterior e isso se reflete no pagamento das contas”, diz Adriana, que est� em d�vida com o cart�o de cr�dito, mas pretende negociar o pagamento, que dever� come�ar a ser feito no m�s que vem.