Os bancos oficiais est�o se preparando para evitar que o financiamento aos projetos de infraestrutura que o governo vai leiloar a partir de setembro enfrentem um "gargalo" na obten��o de cr�dito. S� em rodovias e ferrovias, haver� investimentos de R$ 133 bilh�es, dos quais at� R$ 93,1 bilh�es ser�o financiados por institui��es controladas pelo governo. � um volume grande de empr�stimos a ser liberado em curto espa�o de tempo.
"A grande preocupa��o � ter um movimento bem coordenado para colocar os principais players em linha para participar das opera��es", disse o diretor comercial do Banco do Brasil, Ant�nio Maur�cio Maurano. Ele disse que a infraestrutura � prioridade absoluta no banco. Mais do repassar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para os vencedores da licita��o, a institui��o quer se firmar como uma refer�ncia na estrutura��o de neg�cios na �rea. A ideia � oferecer servi�os antes dos leil�es, com aconselhamento aos potenciais participantes, e depois ajudando a estruturar a opera��o e captar recursos.
"Existe preocupa��o com o financiamento porque o volume � grande e porque os interessados n�o v�o dar lances num �nico lote", comentou o superintendente nacional de Fundos e Investimentos Especiais da Caixa, Cassio Viana. "Ele � pe�a-chave n�o s� para o retorno, mas para a pr�pria solidez do neg�cio."
Reuni�es
As condi��es de empr�stimos aos futuros concession�rios de rodovias e ferrovias ocuparam parte da agenda da presidente Dilma Rousseff na ter�a, e nesta quarta-feira, 24, motivou duas reuni�es do ministro da Fazenda, Guido Mantega: uma com bancos e outra com o presidente do Sindicato Nacional da Ind�stria da Constru��o Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho. Ainda est�o em discuss�o temas b�sicos, como o custo dos empr�stimos. Em fevereiro, o governo anunciou que seria a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais at� 1,5% ao ano. A quest�o ainda n�o est� 100% fechada.
Para essas concess�es, haver� financiamento de at� 70% com recursos do BNDES, que poder�o ser repassados via Caixa e Banco do Brasil. Os demais 30% dependem de outras fontes, e tamb�m para essa parcela os bancos oficiais est�o formatando fundos de financiamento. As institui��es financeiras poder�o ser s�cias minorit�rias dos empreendimentos ou apenas emprestar recursos. Os dois bancos trabalham com diversas possibilidades.
Interesse
Segundo Viana, h� interesse de grupos de grande porte, pois buscam investimentos de longo prazo. Ele comentou que as concess�es em infraestrutura despertam a aten��o de estrangeiros. Para eles, existe um fator adicional a ser avaliado, que � a taxa de c�mbio. A conjuntura econ�mica desfavor�vel n�o deve ser dificuldade para a atra��o de interessados nas concess�es, avaliou o gerente executivo do Projeto de Infraestrutura do Banco do Brasil, Fabiano Macahan Fontes. "As oscila��es de curto prazo n�o interferem, porque as concess�es s�o de 30 anos", comentou. "O que determina o investimento � um bom arcabou�o jur�dico e uma modelagem financeira adequada."
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