O processo de alta dos juros b�sicos, que foi deflagrado em abril e que poder� se estender at� o fim do ano, j� se refletiu em empr�stimos mais caros para o consumidor. Em junho, a taxa m�dia cobrada das pessoas f�sicas chegou a 34,9% ao ano, alta de 0,7 ponto percentual (p.p.) no custo do cr�dito ofertado pelos bancos p�blicos e privados em maio, de 34,2%, segundo informou ontem o Banco Central (BC). Nessa escalada dos custos para adquirir financiamentos, as empresas tamb�m foram afetadas. A taxa anual, que era de 18,5% em maio, saltou para 19,3% no m�s seguinte, eleva��o de 0,8 p.p.
Diante desse cen�rio, as fam�lias, que, em geral, j� estavam atoladas em d�vidas, colocaram freio na gastan�a e n�o renovaram empr�stimos. Tamb�m o empresariado se mostrou mais cauteloso com o futuro da economia brasileira e decidiu frear projetos de investimento. O resultado n�o podia ser outro: uma queda de 8,2% e 7,9%, respectivamente, nas concess�es de recursos pelos bancos, a maior retra��o para o m�s de junho desde de 2011.
Com menos gente buscando cr�dito, os calotes, que vinham sendo o grande vil�o do consumo, tamb�m ca�ram. Em junho, houve recuo da inadimpl�ncia tanto das pessoas f�sicas quanto das jur�dicas, o que, para o chefe do Departamento Econ�mico do BC, Tulio Maciel, se deveu a dois fatores: os bancos ficaram mais seletivos na concess�o de recursos e o consumidor aprendeu mais sobre produtos financeiros. “Desde o final de 2010, quando se iniciou o aumento da inadimpl�ncia, n�s tivemos alguns elementos, entre os quais a educa��o financeira, que ajudaram a mudar esse quadro”, disse.
Para Maciel, o crescimento do emprego e da massa salarial no per�odo tamb�m ajudou a tornar mais f�cil o cumprimento das obriga��es financeiras. Em junho, os calotes atingiram 7,2% das pessoas f�sicas e 3,5% das jur�dicas. Em maio, as taxas eram de 7,5% e 3,7%, respectivamente. Para os pr�ximos meses, diz ele, a tend�ncia � de novos recuos dessas taxas, o que pode dar uma inje��o de �nimo no com�rcio e no consumo.
Spread
A queda da inadimpl�ncia ajudou a reduzir o spread banc�rio – diferen�a entre o custo de capta��o dos empr�stimos e a taxa repassada ao tomador. Em junho, houve recuo de 0,7 p.p. e de 0,3 p.p., respectivamente, para as linhas de pessoas f�sicas e jur�dicas. Mesmo assim, a diferen�a cobrada nas taxas dos clientes ainda permanece alta: 24,5%, no caso dos consumidores e de 10,1% das empresas.