S�o Paulo, 28 - O desaquecimento da economia brasileira chega ao mercado de trabalho. As vagas de emprego com carteira assinada para os trabalhadores mais velhos e com baixa escolaridade est�o sendo fechadas. As empresas est�o diminuindo as ofertas para esses grupos por consider�-los pouco produtivos - agregam baixo valor para a companhia.
O comportamento recente do mercado de trabalho deixa evidente o fim da bonan�a para os trabalhadores considerados de baixa produtividade. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que os desligamentos superaram as admiss�es em 260 mil postos no grupo dos brasileiros com mais de 40 anos nos �ltimos 12 meses encerrados em junho, segundo recorte feito pelo economista Eduardo Zylberstajn, da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) - a queda acumulada j� vem se repetindo h� alguns meses.
Por n�vel de escolaridade, foram fechados 275 mil postos para os trabalhadores que s� cursaram at� o Ensino Fundamental. No grupo dos que chegaram ao Ensino M�dio, foram abertos quase 890 mil postos.
"Depois do boom de 2010, a desacelera��o econ�mica que vem desde 2011 est� come�ando a afetar o mercado de trabalho. Nesse caso, as empresas deixam de contratar os trabalhadores que s�o considerados menos produtivos: os mais velhos e os menos escolarizados", afirmou Zylberstajn. "Para quem ainda � jovem e tem boa forma��o, o emprego cresce, mas tamb�m num ritmo menor do que j� foi", disse o economista.
A atual desacelera��o do mercado de trabalho � diferente dos per�odos de forte retra��o econ�mica. No auge da crise internacional, por exemplo, no fim de 2008, todos os segmentos de trabalhadores tiveram uma redu��o de vagas num n�vel mais forte do que a atual - o Produto Interno Bruto (PIB) despencou 3,5% no �ltimo trimestre daquele ano ante os tr�s meses anteriores.
Hoje, a economia brasileira cresce e, mesmo com a piora do cen�rio econ�mico, a taxa de desocupa��o � baixa. Em junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, foi de 6% - em 2003, era de 13%.