O Banco Central (BC) decretou ontem a liquida��o extrajudicial do Banco Rural S.A., em decorr�ncia do comprometimento da situa��o financeira da institui��o. Em nota, a autoridade monet�ria informou ter contribu�do para a decis�o “a falta de um plano vi�vel para a recupera��o do banco”, com sede em Belo Horizonte. Os dep�sitos de correntistas ficam protegidos at� o valor de R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Cr�ditos, entidade privada que administra um mecanismo de prote��o dos correntistas, poupadores e investidores, em casos de interven��o, liquida��o ou fal�ncia de empresa participante do sistema financeiro.
Os controladores do Rural divulgaram nota, informando que se viram surpreendidos com a decis�o do BC. “Os controladores lamentam a interrup��o abrupta em um momento em que se constru�a, com o conhecimento do pr�prio Banco Central, uma transi��o para refor�ar o capital da institui��o e adequ�-lo aos seus planos de crescimento”, diz o posicionamento do banco. A nota informa ainda que os controladores “estudar�o as medidas cab�veis frente a esse novo contexto”. A liquida��o extrajudicial abrange as empresas do conglomerado Banco Rural de Investimentos S.A., Banco Mais S.A., Banco Simples S.A. e Rural Distribuidora de T�tulos e Valores Mobili�rios S.A.
Com a liquida��o extrajudicial, ficam indispon�veis os bens dos controladores e dos ex-administradores do Rural. Em mar�o de 2013, o grupo detinha 0,07% dos ativos e 0,13% dos dep�sitos totais no sistema financeiro. O BC observa, em nota, ter identificado no Banco Rural “graves viola��es �s normas que disciplinam a atividade e uma sucess�o de preju�zos com risco anormal aos credores”. A autoridade monet�ria destacou tamb�m estar tomando todas as medidas cab�veis para apurar as responsabilidades, nos termos de sua compet�ncia legal de supervis�o do sistema financeiro.
"O resultado das apura��es poder� levar � aplica��o de medidas punitivas de car�ter administrativo e a comunica��es �s autoridades competentes, observadas as disposi��es legais aplic�veis", informou o BC. Em sua defesa, os acionistas controladores da institui��o dizem em nota que “o Banco Rural tem mais de 50 anos de exist�ncia e nesse per�odo jamais causou preju�zo a quem quer que seja”.
Os controladores do banco foram condenados no chamado n�cleo financeiro do mensal�o. A institui��o foi acusada de abrir e manter contas em nome de pessoas ligadas ao caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As acusa��es foram contestadas em recurso apresentado ao STF. As finan�as do Rural sofrem o abalo provocado pelo mensal�o desde 2005, o que for�ou uma s�rie de aportes dos s�cios e a busca de recursos no mercado financeiro, os quais se mostraram insuficientes. Na tentativa de restaurar a sa�de financeira do grupo, os controladores esperavam, no come�o do ano, por uma inje��o de R$ 400 milh�es, por meio de emiss�o de deb�ntures fechada.
O banco foi criado em 1964 a partir da compra, em 1962, pelo grupo mineiro Tratex, do Banco Manoel de Carvalho. Dois anos mais tarde, a institui��o adquirida passou a se chamar Banco Rural de Minas Gerais S.A. e, em 65, foi inaugurada a primeira ag�ncia no Rio de Janeiro. O banco atua em todo o pa�s e no exterior. O Grupo Rural � constitu�do de nove empresas, entre as quais Banco Rural Europa, Rural International Bank, Rural DTVM e Rural Seguradora.