
O recuo maior de vendas foi sentido no mercado de unidades novas nas imobili�rias. Os seminovos e usados, por sua vez, mantiveram as vendas ou chegaram a ter crescimento de at� 10% nos neg�cios no primeiro semestre. “Como o valor do metro quadrado do im�vel novo continuou subindo em fun��o do custo mais alto da constru��o civil, as unidades usadas foram a bola da vez”, afirma Fernando Morais, gerente da VPR Im�veis.
Os lan�amentos imobili�rios iniciados h� dois anos acabam de chegar ao mercado de Belo Horizonte. Mas a demanda n�o acompanhou a oferta. O resultado foi que as placas de vende-se e aluga-se tomaram conta da capital nos �ltimos meses. “A oferta cresceu e a demanda n�o est� acompanhando”, afirma Ricardo Pitchon, presidente da holding imobili�ria Brasil Brokers.
J� as concession�rias exibem placas com “pre�os e ofertas imperd�veis” para reverter o resultado do primeiro semestre. De acordo com a Federa��o Nacional de Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave), as vendas cresceram apenas 2,81% no primeiro semestre na compara��o com igual per�odo de 2012. Nos seis primeiros meses do ano, 1,85 milh�o de ve�culos foram emplacados contra 1,80 milh�o no mesmo per�odo do ano passado no pa�s. Em Minas, segundo o Sindicato dos Concession�rios e Distribuidores de Ve�culos de Minas Gerais (Sincodiv-MG), o recuo foi de 1,43% na venda de carros novos. Os dados mostram que no primeiro semestre foram regularizados 345.001 ve�culos, enquanto no mesmo per�odo de 2012 foram 349.992.

Segundo o presidente do Sincodiv, Mauro Pinto de Moraes Filho, a movimenta��o do mercado ocorre para driblar problemas como o aumento real dos carros em fun��o da infla��o, queda da confian�a dos consumidores, aumento dos juros e mais rigor por parte dos bancos na concess�o de cr�dito aos clientes. “Depois de o IPI j� ter sido absorvido pelo mercado, ele por si s� n�o desperta mais o senso de oportunidade no consumidor. � preciso fazer mais”, comenta.
No mercado imobili�rio, os principais indicadores apresentaram em maio recuo para os im�veis novos, segundo pesquisa realizada pelo Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Para se ter ideia, o volume de vendas de im�veis na capital teve queda de 75,4% em maio, passando de 313 para 77 unidades, e tamb�m na velocidade de vendas, cujo �ndice retraiu de 14,76%, em abril, para 4,12% em maio. Como o n�mero de apartamentos vendidos em maio foi superior ao de lan�amentos, o estoque de im�veis diminuiu para 1.790, frente �s 1.808 unidades que estavam dispon�veis em abril. Segundo o Sinduscon-MG, esse movimento sinaliza que o segmento imobili�rio n�o est� passando ileso diante do cen�rio econ�mico mais desfavor�vel.
De acordo com as imobili�rias, o pre�o do metro quadrado de uma unidade nova na capital chega a custar R$ 12 mil em bairros nobres da Zona Sul, como o Bairro de Lourdes. J� para apartamentos de at� 15 anos de alto luxo esse valor cai para R$ 8,5 mil, queda de 29%. “Os seminovos e os usados n�o sofreram baixa de venda”, afirma Luiz Ant�nio Rodrigues, presidente da LAR Im�veis. As unidades novas, no entanto, t�m pre�o de mercado estipulado pelo propriet�rio. “E nos lan�amentos, o comprador coloca o p� no freio e espera. Os clientes n�o est�o t�o desesperados para comprar”, observa. Ele acredita at� mesmo em pequeno reajuste de pre�o dos im�veis usados at� o fim do ano.
Vantagens na manuten��o
Atra�do por uma propaganda na televis�o, o motorista Edvan Luiz da Silva comprou o seu primeiro carro na semana passada. Com medo de se endividar, ele optou por um modelo simples, mas zero-quil�metro. A escolha levou em considera��o os v�rios benef�cios que recebeu no momento da compra, al�m de uma poss�vel economia com manuten��es. “N�o quis pegar um carro sem saber a proced�ncia e arriscar”, conta. O carro sair� da concession�ria com r�dio, tapete, trava, alarme, limpador e desemba�ador traseiro. “Dei uma entrada e negociei bastante o valor do financiamento em 48 vezes, para ter uma parcela que caber� no bolso”, conta.
Depois de ficar com o mesmo carro por 15 anos e gastar R$ 5 mil no primeiro conserto do ve�culo – valor equivalente a 10 parcelas do financiamento que estava em vigor –, o casal de funcion�rios p�blicos Bruno Nunes Barbosa Agostinho e Fabiana Rodrigues de Freitas Agostinho tamb�m comprou um carro zero. “Chegamos a olhar um seminovo, mas acreditamos que o zero ainda est� valendo a pena”, comenta Bruno. Para realizar o sonho, Bruno deu o carro antigo como entrada e fez um financiamento de 60 meses, com parcelas mais baixas.
As facilidades para quem opta pelo usado n�o s�o diferentes. Rubens Pos Alexandrino, propriet�rio da Fianza Autom�veis, conta que para 50% dos ve�culos que tem em estoque est� dif�cil encontrar compradores, mas que para reverter o quadro investe em produtos de qualidade e bom atendimento. Pressionado pelo juro zero oferecido pelas concession�rias de novos, Alexandrino tamb�m aposta na negocia��o com financeiras por taxas melhores. “A sa�da tem sido se aproximar ao m�ximo das condi��es que um zero tem”, conta.
Rosvelt Curi, propriet�rio da Tutti Ve�culos, conta que o mercado de usados permanece ativo, mas que para vender � preciso acompanhar os pre�os do mercado. “Usado a pre�o de zero n�o vende”, afirma. De acordo com ele, o problema enfrentado por muitos empres�rios, que j� fecharam as portas desde a redu��o do IPI para novos, � o fato de a pessoa n�o querer perder margem e manter pre�os desatualizados. Para estimular o consumo dos seminovos e usados, al�m de espremer a margem ele conta que tem oferecido aos clientes taxas parecidas com as de ve�culos novos, que v�o de 1,1% a 1,2%.
O professor de finan�as da IBS/FGV Milc�ades Morais acredita que os usados ainda s�o uma boa sa�da para o consumidor. “Ao optar por um carro com pouca quilometragem e at� tr�s anos de uso ele poder� se beneficiar do fato de o primeiro dono ter pago pela deprecia��o, que chega a 30%, e ainda comprar um carro com IPVA pago e com acess�rios”, comenta. (CM)