A m�o que o Banco Central (BC) perdeu com a infla��o, quando o IPCA estourou o teto da meta e atingiu a marca de 6,7% no acumulado em 12 meses at� junho, j� come�a a sair cara para a institui��o. O BC promete entregar o �ndice dentro do limite de 6,5% em dezembro, mas em uma economia ainda indexada, alguns setores j� se beneficiaram da taxa mais alta vista no meio do ano.
As taxas de embarque dos aeroportos internacionais de Bras�lia, Campinas e Guarulhos, por exemplo, ficaram 6,7% mais caras em julho. Para conceder o reajuste, a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) levou em conta justamente o IPCA dos 12 meses at� o encerramento dos contratos. A Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) orientou os planos de sa�de a respeito do aumento anual, v�lido de maio a abril de 2014. A autarquia limitou a 9,04% o porcentual a ser aplicado aos planos individuais ou familiares. Assim a alta, que teve aval do Minist�rio da Fazenda, ficar� em alguns casos maior do que o IPCA do �ltimo ano. O teto vale para contratos de 8,4 milh�es de pessoas. Segundo a ANS, a metodologia para definir o �ndice � a mesma desde 2001 e leva em conta a m�dia dos porcentuais de reajuste dados pelas operadoras aos planos coletivos com mais de 30 benefici�rios. Este ano foi considerado tamb�m o impacto de fatores externos, como o uso dos 60 novos procedimentos inclu�dos no Rol de Procedimentos e Eventos em Sa�de. O setor privado tamb�m acompanha a alta da infla��o. O BC j� demonstrou preocupa��o com o tema na �ltima ata do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), citando que a confian�a de empresas e fam�lias sobre o tema piorou e que isso pode ser um gatilho para mais infla��o. A inseguran�a dos agentes j� tem movimentado escrit�rios de advocacia, principalmente nas �reas de varejo e seguros. %u201CO tema est� muito em evid�ncia%u201D, diz o coordenador do setor Contencioso Empresarial da Siqueira Castro Advogados, Gustavo Gon�alves Gomes. Segundo ele, aumentou o volume de empresas que querem saber as consequ�ncias legais e de mercado para quem descumprir contratos e tentar perder menos com a alta da infla��o. %u201CEstamos naquele momento em que as empresas est�o se preparando para tomadas de decis�o.%u201D Ponto de partida das negocia��es salariais, a infla��o ainda ser� muito citada por sindicatos no segundo semestre, per�odo dos diss�dios das categorias consideradas mais organizadas, como banc�rios e metal�rgicos. A quest�o, conforme o coordenador de rela��es sindicais do Dieese, Jos� Silvestre, � que em tempos de infla��o mais alta, menores s�o os ganhos para os empregados. Ele segue confiante de que os trabalhadores conseguir�o aumento real (acima da infla��o), mas o ganho ser� inferior ao de 2012