Os n�meros do com�rcio para o Dia dos Pais revelar�o um clima de cautela entre os consumidores quando forem fechados, acreditam representantes do setor varejista. A Confedera��o Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) estima crescimento de 4% nas vendas na semana anterior � data comemorativa frente a igual per�odo de 2012. O percentual � o mais modesto dos �ltimos tr�s anos. Para a CNDL, a prefer�ncia ser� por compras a vista ou em poucas presta��es. J� a Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo de S�o Paulo (Fecom�rcio-SP), prev� que haver� estabilidade nas vendas em agosto de 2013 com rela��o ao mesmo m�s do ano passado.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro J�nior, destaca que o cen�rio atual, com juros altos e situa��o do emprego e da renda menos favor�vel do que em 2012, n�o inspira confian�a aos consumidores. Al�m disso, o endividamento das fam�lias prejudica a margem de cr�dito que pode ser tomada. “A alta infla��o corroeu renda, deixando menos or�amento livre para o consumo. H� um problema s�rio de confian�a do consumidor e de expans�o de cr�dito em fun��o do endividamento. Deve haver uma utiliza��o menor do credi�rio e parcelamento em prazos menores por causa das d�vidas e dos juros mais elevados”, prev�.
Segundo Pellizzaro, o valor m�dio do presente deve ficar em R$ 110, um pouco inferior ao de 2012, que foi R$ 130. A data � considerada a quarta melhor do ano para o com�rcio, atr�s do Natal, Dia das M�es e Dia dos Namorados. Para este ano, a CNDL reduziu sua proje��o de crescimento nas vendas. Inicialmente em 6,5%, no fim do primeiro semestre foi revista para 4,5%.
O assessor econ�mico explica que a Fecom�rcio-SP n�o faz estimativa de venda para o Dia dos Pais, por tratar-se de uma data que tradicionalmente tem menos impacto nas vendas do que outras celebra��es. A entidade projeta crescimento de 2% no faturamento real para este ano em rela��o a 2012. "Deve ser um crescimento pr�ximo ao do PIB [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no pa�s]. O emprego e a renda n�o est�o acelerando. Isso abala o consumidor, que passa a se defender restringindo compras", ressalta.
Apesar da vis�o negativa do varejo, o economista Bento de Matos F�lix, chefe do Departamento de Economia da Upis – Faculdades Integradas, acredita que o recente recuo da infla��o restabelecer� um cen�rio favor�vel ao consumo. “Pelos �ltimos �ndices divulgados, a economia est� dando uma acalmada em termos de infla��o. Para o Dia dos Pais deve haver algum pico de consumo j� que o brasileiro � um consumidor incondicional nessas datas. Tamb�m � acostumado a comprar a cr�dito. Uma boa parte da popula��o � endividada por natureza, acha que faz parte da rotina”, diz.