Com recursos da participa��o das empresas em inova��o tecnol�gica, a Organiza��o Nacional da Ind�stria do Petr�leo (Onip) e o Instituto Brasileiro de Petr�leo, G�s e Biocombust�veis (IBP) trabnalham para que as empresas nacionais a desenvolvam, em um per�odo de dois a tr�s anos, materiais e equipamentos a fim de atender � necessidade de conte�do local, nas licita��es para explora��o de petr�leo e g�s. Esse processo j� est� em andamento e envolve cinco operadoras de petr�leo, disse hoje o superintendente da Onip, Lu�s Mendon�a.
Os recursos para o desenvolvimento desses equipamentos vir�o das operadoras, disse Mendon�a. Segundo ele, elas apoiam a ind�stria fornecedora nacional a desenvolver tecnologias que atualmente s�o importadas. O superintendente explicou que ao dominar essas tecnologias, o Brasil ter� condi��es de modificar e melhorar o projeto, elevar o n�vel de inova��o e do conte�do tecnol�gico e aumentar o uso de m�o de obra qualificada para a fabrica��o e a montagem desse tipo de equipamentos. “Significa mais empregos para engenheiros projetistas”, disse.
Lu�s Mendon�a participou de semin�rio sobre os desafios para o cumprimento dos �ndices de conte�do local nos leil�es de petr�leo e g�s promovidos pela Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), no Hotel Mercure Botafogo Mourisco, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo ele, algumas compras ainda s�o feitas no exterior, porque n�o h� empresas que fa�am isso no Brasil ou porque a ind�stria nacional n�o tem escala. Turbinas a g�s e compressores centr�fugos s�o exemplos de equipamentos espec�ficos comprados no mercado externo, informou.
No caso de uma plataforma de petr�leo do tipo FPSO (sigla em ingl�s para floating, production, storage and offloading), ou seja, navio com capacidade de processar, armazenar e escoar a produ��o de petr�leo ou g�s natural, o superintende da Onip explicou que 65% do valor ficam no Brasil e 35% v�o para o exterior, sendo que at� 15% dessa parcela n�o conseguir�o ser feitos no pa�s.
De acordo o superintendente, os percentuais de conte�do local variam de acordo com o contrato de concess�o. O cumprimento do �ndice pelas empresas que ganham as licita��es depende, disse Mendon�a, do n�vel de esfor�o que as companhias fa�am no mercado interno para desenvolver fornecedores. “A gente s� vai sentir isso com o tempo”, estimou. Ele destacou que na quest�o interna, os fabricantes nacionais t�m chance de conseguirem, em um prazo curto, ultrapassar todas as quest�es que possam atrapalhar a competitividade.
Fora dos muros das f�bricas, h� problemas que precisam ser solucionados, como os de tributa��o, log�stica e de infraestrutura, “que est�o sendo tratados pelo governo”. Reconheceu, por�m, que nesse caso, a solu��o “talvez demore um pouco mais”. Lembrou, tamb�m, que a competi��o � desigual entre fornecedores nacionais e estrangeiros, caso da China, por exemplo. Destacou que a concorr�ncia � mais nociva no caso de equipamentos com baixo conte�do tecnol�gico, que geram grande volume de produ��o, como v�lvulas industriais, conex�es, tubula��es, em que os chineses t�m alta produtividade e pre�o mais barato. “Na �rea de alta tecnologia, n�o tem concorr�ncia predat�ria”, observou. O superintendente da Onip acredita que quando os dois primeiros problemas estiverem solucionados, “a quest�o internacional fica mais f�cil”.
O primeiro leil�o para explora��o de petr�leo e g�s na �rea do pr�-sal, marcado para outubro pr�ximo, na avalia��o de Mendon�a, vai contribuir para motivar a ind�stria nacional. Com a volta dos leil�es sendo efetuados no Brasil, este ano, ap�s um intervalo de cinco anos, isso ganha uma nova din�mica, disse. “Todas as for�as das companhias est�o se preparando para as pr�ximas licita��es. Isso tudo cria um ambiente positivo de neg�cio”. Alertou que nem sempre o n�vel de conte�do local vai ser fact�vel de se encontrar no mercado, em fun��o, inclusive, de o pr�prio empres�rio n�o se sentir estimulado a fazer, caso isso represente diminui��o de margem de lucro.
“O que se deve concretizar s�o aqueles valores de conte�do local que o empres�rio se sinta atra�do em fornecer, o operador se sinta atra�do por comprar, porque a qualidade � boa, e a ag�ncia e os demais �rg�os interessados vejam o cronograma andar e o �leo sair”. Assim, avaliou, “todo mundo fica feliz e vai ter retorno”.
Atualmente, 2,3 mil empresas de todos os tamanhos integram o cadastro geral de fornecedores da Onip. J� no CadFor, que � um cadastro mais seletivo, voltado para o atendimento a nove grandes operadoras de petr�leo e contratantes, est�o listados cerca de 800 fornecedores. O terceiro cadastro � denominado NaviPe�as se destina especificamente � �rea naval. Tem em torno de 800 fornecedores e � patrocinado pela Ag�ncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), ligada ao Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior.