
Depois de nenhuma empresa ter se interessado para a primeira licita��o do restaurante popular com pre�os controlados no Aeroporto Internacional Trancredo Neves (Confins), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero) realizou um segundo processo que foi finalizado na manh� de ontem. Desta vez, o Restaurante Trattoria Grill foi o vencedor da disputa. O prazo m�ximo previsto em edital para o in�cio do funcionamento � de cinco meses, contados a partir da assinatura do contrato.
O preg�o, realizado no audit�rio da Infraero, em Confins, contou com a presen�a de duas empresas: Cook Empreendimentos em Alimenta��o, ofertando o valor mensal inicial de R$ 5,5 mil pela loca��o do espa�o, e o Restaurante Trattoria Grill, com oferta de R$ 7,2 mil. J� na fase de lances para decis�o de melhor oferta, o Trattoria finalizou com valor mensal de R$ 16 mil pelo aluguel, pre�o tr�s vez maior que o inicial previsto na proposta da Infraero, fixado em R$ 5 mil. A concess�o foi estabelecida para 84 meses, mas a Infraero pode vedar a presta��o de servi�os, venda ou exposi��o de produtos a seu crit�rio, caso eles sejam considerados inadequados ou n�o condizentes com a licita��o.
O administrador do restaurante vencedor da licita��o, Ricardo Bauer Ferreira, explica que j� tem um com�rcio no aeroporto h� cinco anos, o Restaurante Do Rosa, pelo qual paga R$ 63 mil de aluguel mensal por uma �rea de 120 metros quadrados. O contrato do antigo com�rcio vence no fim deste ano e a expectativa do administrador � fechar o estabelecimento e aproveitar a m�o de obra e as m�quinas que j� tem. “Entrei na concorr�ncia pelo pre�o mais barato e por j� conhecer a clientela de aeroporto. Vou aproveitar a equipe que j� trabalha comigo e tentar levar os antigos clientes para o novo empreendimento”, explica.
O administrador do restaurante popular com pre�os controlados vai contar com uma redu��o de 74% no valor do aluguel, pagando R$ 16 mil ao inv�s de R$ 63 mil. No entanto, os descontos nos itens b�sicos pesquisados pela reportagem ser�o menores que a baixa do aluguel. O quilo da comida self-service no restaurante popular ser� vendido por R$ 31,90. Hoje o quilo � vendido no Restaurante do Rosa por R$ 78,90, com queda de 59%. Os sucos naturais de laranja e lim�o, que hoje custam R$ 6,90, ser�o vendidos a R$ 3,65, uma varia��o de 47%. A �gua ter� varia��o de 57%, j� que � vendida a R$ 3,90 e no popular ser� comercializada por R$ 1,65. O refrigerante em lata � o item que apresentou o menor desconto, apenas 36% j� que � vendido a R$ 5,50 e no popular vai custar R$ 3,50.
Levantamento
De acordo com a Infraero, os pre�os diferenciados foram determinados por meio de pesquisa no mercado local, com restaurantes da mesma categoria. Al�m dos valores, o edital define as variedades m�nimas de op��es de comida dispon�veis no buf�. De acordo com Ricardo Ferreira, a expectativa � que o restaurante fique pronto e comece a funcionar at� o fim do ano. Pagando um aluguel menor e praticando os pre�os mais baixos, estabelecidos pela Infraero, o administrador pretende conquistar uma nova freguesia. “Com o aluguel que n�s pagamos hoje, n�o h� como vender um p�o de queijo por R$ 2,50. Com a loca��o mais barata, ser� poss�vel estabelecer um pre�o mais em conta para o consumidor, que vai passar a consumir mais”, comenta.
Ser�o tr�s �reas a serem exploradas na concess�o. Uma localizada na Pra�a de Alimenta��o no terra�o do Aeroporto de Confins, contemplando 104,50 metros quadrados, onde ser� implementado o restaurante. As outras duas de 9,04 e 9,08 metros quadrados ficam no subsolo do aeroporto e ser�o destinadas � instala��o de dep�sitos e estoque de suprimentos.
O modelo da loja � uma varia��o do conceito das lanchonetes populares que tamb�m ser�o instaladas nos aeroportos. O objetivo � oferecer uma op��o mais acess�vel de alimenta��o para os usu�rios de aeroportos e estimular a competi��o. A Infraero prev� a instala��o de estabelecimentos com pre�os controlados em todos os aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo.
Enquanto isso, a�reas condenadas
O Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) condenou ontem, por unanimidade, um grupo de companhias a�reas pela pr�tica de cartel no mercado brasileiro de transporte de cargas. As investiga��es comprovaram que as companhias combinaram n�o apenas os valores, como tamb�m as datas para a aplica��o do chamado “adicional de combust�vel” sobre os valores dos contratos com os clientes, pelo menos entre 2003 e 2005. As multas aplicadas somam R$ 289 milh�es. Ap�s quase cinco horas de julgamento, foram condenadas a italiana Alitalia, a norte-americana American Airlines e as brasileiras Varig Log (atualmente fora de atividade) e a ABSA Cargo Airline (vinculada ao Grupo LAN e que atualmente opera com a TAM Cargo).