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Estado de Minas

Copom eleva taxa de juros pela 4� vez

Em decis�o un�nime, Banco Central aumenta em 0,5 ponto a Selic, que chega a 9% ao ano. Medida era esperada pelo mercado e com ela rendimento da poupan�a volta a ser integral


postado em 29/08/2013 07:10 / atualizado em 29/08/2013 07:14

Em mais um passo na cruzada para trazer a infla��o para baixo, o Comit� de Pol�tica Econ�mica (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar ontem a taxa b�sica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual. A partir de hoje, todos os empr�stimos banc�rios e demais opera��es financeiras ter�o como par�metro juros de 9% ao ano. Na pr�tica, cada eleva��o da taxa significa o encarecimento do cr�dito para o consumidor, uma vez que, ao pagar mais caro para levantar o dinheiro no mercado, os bancos tendem a cobrar um pr�mio maior para emprestar esses recursos aos clientes.

Al�m de encarecer o cr�dito, a eleva��o da taxa tem como objetivo esfriar a atividade econ�mica e, com isso, colocar freio � disparada do custo de vida. Nos �ltimos tr�s anos, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), o par�metro oficial para a infla��o no Brasil, fechou sempre acima do centro da meta perseguida pelo governo, de 4,5% ao ano. Em 2013, n�o houve sequer um m�s em que os pre�os tenham ficado abaixo de 6% ao ano, no acumulado dos �ltimos 12 meses.

Em meio � disparada dos pre�os, o BC alertou que a alta de juros anunciada ontem “contribuir� para colocar a infla��o em decl�nio e assegurar que essa tend�ncia persista no pr�ximo ano”, disse a institui��o, em comunicado divulgado instantes ap�s ter anunciado a eleva��o da Selic de 8,5% para 9% ao ano. Com a alta dos juros, retorna tamb�m a rentabilidade antiga da caderneta de poupan�a. A partir de hoje, os dep�sitos feitos na caderneta dever�o render pelo menos 0,5% ao m�s (leia abaixo).

Esta foi a quarta eleva��o consecutiva da Selic no ano. Desde abril, a taxa j� subiu de 7,25% ao ano, o menor patamar hist�rico, para 9%. At� o fim do ano novos aumentos s�o esperados. A aposta dos investidores � que o BC fa�a mais duas eleva��es na taxa, de 0,5 ponto cada, em outubro e novembro, nas duas �ltimas reuni�es do ano do Copom. Com isso, a Selic iria a 10% ao ano. Os detalhes sobre o que levou o colegiado a tomar a decis�o, amplamente esperada por analistas do mercado financeiro, ser�o explicados na quinta-feira da semana que vem, quando a ata da reuni�o ser� divulgada. A maior curiosidade dos agentes � em rela��o aos progn�sticos do BC para a infla��o e o d�lar, que, desde o �ltimo Copom subiu 3,3% e fechou nesta quarta a R$ 2,346.

No bolso Segundo simula��es da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as Administra��o e Contabilidade (Anefac), o efeito da eleva��o de 0,5 ponto percentual (p.p) vai ser percebido principalmente nas opera��es com valores elevados (veja quadro). No caso da aquisi��o de um ve�culo novo por meio de CDC, por exemplo, o custo final pode subir em quase R$ 400.

Na avalia��o do diretor executivo de estudos e pesquisas econ�micas da Anefac, Miguel Jos� Ribeiro de Oliveira Oliveira, a eleva��o da Selic ter� pouco impacto nas taxas de juros das opera��es de cr�dito. A justificativa pode ser um deslocamento grande entre a taxa Selic e os juros cobrados dos consumidores, que, na m�dia, chegam a 90,59% ao ano.

Ainda na avalia��o de Oliveira, por conta da maior competi��o no sistema financeiro, depois de os bancos p�blicos reduzirem mais fortemente suas taxas de juros, bem como a expectativa de redu��o dos �ndices de inadimpl�ncia, � poss�vel que algumas institui��es financeiras mantenham suas taxas de juros como j� ocorreu no m�s passado.

Cr�dito caro Para o com�rcio mineiro, a infla��o, a alta do d�lar e o desaquecimento da economia despontam como amea�as �s decis�es do Banco Central e justificam a alta. Gabriel de Andrade Ivo, economista da Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio MG), lembra que este semestre a tend�ncia � de novo aumento na taxa, em torno de 0,5 ponto percentual, ou mais. “Apesar do cen�rio de baixo crescimento, s�o crescentes as chances de novos aumentos da Selic para controle inflacion�rio”, afirma.

O presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Bruno Falci, lembra a import�ncia da taxa como instrumento de controle da infla��o, mas ressalta impactos como aumento do custo de cr�dito e uma maior dificuldade para consegui-lo, que reflete no com�rcio. “Para o setor de com�rcio e servi�os ficar� mais caro financiar aumentos de estoque, efetuar contrata��es tempor�rias e realizar investimentos”, garante.

O problema, de acordo com Falci, � ainda mais grave levando em considera��o a proximidade do Natal, melhor data em vendas para o setor. “Para o consumidor, a eleva��o dos juros implica maior cautela. Ele, que estava se acostumando com uma oferta de cr�dito mais facilitada, ter� que se organizar melhor para que possa manter seu padr�o de consumo sem se endividar com os juros dos financiamentos”, lembra.

Nas f�bricas J� a ind�stria mineira demonstra preocupa��o com os efeitos da medida para o setor. Para Olavo Machado Junior, presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a altera��o na taxa acentua as dificuldades em expandir as vendas do setor internamente. “A economia brasileira tem acumulado uma s�rie de fracassos, e o desempenho recente da ind�stria � um grande exemplo”, considera. “Enquanto continuarmos a promover pol�ticas que desestimulem o crescimento, veremos nosso pa�s minguar e perder espa�o no mundo, como j� est� acontecendo”, refor�a.


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