O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, apesar de ter sido uma surpresa positiva, requer "cautela", de acordo com o economista F�bio Bentes, da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC). De acordo com Bentes, o resultado indica um "descolamento" entre os resultados do setor de servi�os e do PIB, que desde o terceiro trimestre de 2012 tinham desempenhos semelhantes.
Apesar da alta de 1,5% do PIB na compara��o com o primeiro trimestre, o setor de servi�os cresceu apenas 0,8%. O destaque do setor foi o com�rcio, que teve alta de 1,7%. "Na crise, o mercado interno salvou o PIB, agora a gente est� tendo um movimento inverso. � o mercado interno, a infla��o, queda no ritmo de gera��o de vagas, que est� impedindo um resultado melhor no PIB."
"Tirando o com�rcio, o resultado de servi�os � muito ruim, fica em torno de 0,5%. Este � um setor que responde por dois ter�os do PIB", ressalta. Segundo Bentes, o resultado acontece, principalmente, em fun��o de uma deteriora��o do mercado de trabalho, que tem um ritmo menor de gera��o de vagas na compara��o com 2012. "Isso mostra que est�mulos ao consumo n�o est�o mais presentes. O com�rcio ajudou para que a desacelera��o nos servi�os em geral n�o fosse t�o grande", afirmou.
O resultado do com�rcio, conforme o economista, tamb�m foi uma surpresa. A taxa de crescimento � a maior desde o segundo trimestre de 2010. Na an�lise de Bentes, a desacelera��o da infla��o a partir de maio foi determinante para a retomada. "Houve uma defasagem no repasse de pre�os do atacado para o varejo. No primeiro trimestre, o atacado j� estava em queda e isso chegou ao varejo no segundo trimestre. Isso deve ter ajudado a melhorar o resultado muito ruim do primeiro trimestre do com�rcio", afirmou.