Diego Amorim
Bras�lia – O mercado imobili�rio vive um embara�o intensificado pelo endividamento recorde das fam�lias e pela alta de juros. Quem comprou apartamento na planta para ganhar dinheiro revendendo-o antes da conclus�o da obra n�o est� conseguindo se desfazer t�o f�cil do im�vel, como ocorria at� o in�cio de 2011. Com a renda bastante comprometida, tamb�m n�o tem dado conta de arcar com as parcelas do financiamento, cada vez maiores.
Os especuladores, que tanto se deram bem num passado recente de alta valoriza��o do metro quadrado, agora se veem com a corda no pesco�o. Para fugir da inadimpl�ncia e n�o ter de devolver o im�vel � construtora, tentam pass�-lo para a frente por pre�os menores do que os cobrados pelas empresas. As construtoras intensificaram as negocia��es com clientes que n�o t�m conseguido a revenda, dividindo as faturas maiores ou oferecendo a possibilidade de transferir a quantia paga para im�veis de menor valor que ainda estejam no estoque. A rescis�o do contrato tem custado ao comprador, em muitos casos, mais de 30% do valor pago.
Em geral, os investidores t�m aceitado pre�os de metro quadrado at� 15% menores que os praticados pelas construtoras. N�o � toa, deve aumentar a quantidade de leil�es de im�veis neste segundo semestre. A “ressaca do �gio” ocorre em todos os grandes centros. Entre 2008 e 2010, a maior oferta de cr�dito, aliada � queda de juros, rompeu com um per�odo de estagna��o que durava 15 anos. Lan�amentos se proliferaram e os pre�os dispararam.
Estabilidade No auge do boom imobili�rio, todas as unidades de um empreendimento chegavam a ser vendidas em poucas horas. Estimulados por corretores, houve quem comprasse 10 apartamentos de uma s� vez para revend�-los quase imediatamente, ganhando o percentual da valoriza��o intensa e r�pida daquele per�odo.
O excesso de oferta e as mudan�as no cen�rio macroecon�mico esfriaram os �nimos e os “�gios” viraram um problema. “O aumento de ganho previsto pelos investidores n�o ocorreu no n�vel esperado por eles porque o mercado se estabilizou. Vai continuar crescendo, mas n�o na mesma velocidade”, analisa o vice-presidente da C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC), Jos� Carlos Martins. (Com Diane Louren�o).