(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Divers�o para crian�as rende bons neg�cios

Criadores de personagens infantis desenvolvidos para o p�blico brasileiro se organizam e faturam alto com shows e produtos diversos. Licenciamentos para crian�as movimentam mais de R$ 6 bi


postado em 01/09/2013 07:11 / atualizado em 01/09/2013 07:18

Rinaldi Faria, com a dupla Patati Patatá: multiplicação e apresentações em todo o Brasil(foto: RODRIGO SACRAMENTO / DIVUL)
Rinaldi Faria, com a dupla Patati Patat�: multiplica��o e apresenta��es em todo o Brasil (foto: RODRIGO SACRAMENTO / DIVUL)
Pais e m�es de crian�as com menos de 5 anos sabem como uma galinha cantora, palha�os engra�ados ou bichos coloridos prendem a aten��o dos pequeninos. J� decoraram o hino “se voc� quer sorrir, � com Patati…” ou a saga da ave azul com seu galo carij�. Pagam caro pelos produtos desses personagens brasileiros, que agora se organizaram e movimentam um mercado bilion�rio.

A ideia de criar uma dupla de palha�os coloridos e faturar fazendo apresenta��es para crian�as pode parecer pouco inovadora. J� replicar os shows da dupla Patati Patat� 160 vezes por dia, em escolas de norte a sul do pa�s, se revelou uma brilhante estrat�gia de marketing itinerante. Depois de 10 anos na estrada, a cria��o do ex-m�gico Rinaldi Faria se transformou em uma marca que movimenta mais de R$ 250 milh�es por ano em produtos licenciados. Al�m da dupla de palha�os, a Turma da M�nica e a Galinha Pintadinha s�o exemplos das marcas brasileiras de sucesso voltadas para meninos e meninas.

No pa�s perto de 40 milh�es de crian�as t�m at� 12 anos e garantem um mercado consumidor imenso, dando f�lego a personagens que invadem a TV, o cinema e a internet. Elas levam seus �dolos preferidos mais longe ainda, na blusa, nos cadernos, nos brinquedos. Estampam com eles a roupa de cama, decoram as festas de anivers�rio e nem a pasta de dente escapa. O mercado de produtos licenciados movimenta R$ 12 bilh�es ao ano, segundo estimativa da Associa��o Brasileira de Licenciamento (Abral), apurada junto a seus associados. As crian�as respondem por fatia significativa desse setor, ultrapassando, com folga, 50% desse volume, ou mais de R$ 6 bilh�es. “Elas t�m grande participa��o na ind�stria do entretenimento, de confec��es, brinquedos, papelaria e outra infinidade de produtos como cama, mesa e banho, higiene pessoal”, enumera Marici Ferreira, presidente da Abral.

As multim�dias criaram um terreno f�rtil e impressionante que ajuda novos �dolos a ganhar espa�o em um mercado de gigantes, �s vezes em tempo recorde. A Galinha Pintadinha, enorme personagem azul que se apresenta hoje e manh� com sess�o extra em Belo Horizonte, surgiu em 2006, com um v�deo no YouTube, cantando m�sicas conhecidas das crian�as. “Hoje temos mais de 500 produtos licenciados e 50 empresas operando com a marca”, conta Juliano Prado, que junto com Marcos Luporini criou a famosa galinha e sua turma.

Juliano n�o revela o faturamento da marca, mas diz que recebe 3% de tudo o que � movimentado na ponta da cadeia. A Galinha Pintadinha foi colocada no youtube para avalia��o de uma produtora paulista, que deu bomba no projeto. Seus criadores deixaram o v�deo no ar e seis meses depois o produto tinha 500 mil visualiza��es: hoje s�o 2 milh�es por dia. A galinha adorada pelas crian�as acumula recordes. J� foi exportada para a Espanha, no ano passado foi o DVD mais vendido do Brasil, em 2014 lan�ar� seu quarto DVD e um longa-metragem, e ainda se prepara para ser o canal mais visto no YouTube brasileiro com 1 bilh�o de acessos.

POR TODA A CASA Depois de falar papai e mam�e, o pequeno Mateus, que completa 2 anos este m�s, aprendeu a palavra coc�, alus�o ao personagem que acompanha desde os 4 meses pelos tablets e na TV. Em casa o garotinho tem seus personagens preferidos em formato de bonecos, copinhos e talheres. Ele tamb�m vai levar alguns no material escolar. A m�e de Mateus, a fisioterapeuta Amanda Alvarenga, diz que os produtos s�o caros. “Uma pel�cia pequena custa quase R$ 100.” Ela se diz impressionada com o tamanho do mercado infantil e considera que a febre estimulou tamb�m outro setor de menor porte, o feito � m�o. “Mateus tem tamb�m um Patati artesanal”, comenta.

Depois de ganhar nas escolas o reconhecimento e apoio das crian�as de 17 estados, o Patati Patat� se lan�ou na plataforma virtual e estreou programa na TV. Hoje, s�o mais de 1 mil produtos licenciados, mais de 500 m�sicas gravadas. “Nenhuma com duplo sentido”, ressalta Rinaldi Faria. Segundo ele, esse � um caminho para lidar em um mercado de le�es. “Vamos lan�ar um novo DVD para o Dia das Crian�as. No ano que vem ser�o duas s�rie de desenho animado e um filme nos cinemas.” Atualmente, os shows do Patati Patat� s�o bem mais grandiosos do que as pequenas apresenta��es que formam seu p�blico nas escolas do pa�s e garantem parte do gordo faturamento da marca.

A Turma da M�nica, criada por Mauricio de Sousa, completa 50 anos com a expans�o de seus personagens, que agora atendem tamb�m aos jovens. M�nica, Bidu, Cebolinha e Casc�o completaram 50 anos em 2013. Magali ser� a pr�xima, no ano que vem. A Turma da M�nica est� em cerca de 2,5 mil produtos de mais de 100 empresas e atualmente est� presente em cerca de 35 pa�ses. A Mauricio de Sousa Produ��es tem cerca de 300 funcion�rios diretos e 30 mil indiretos, que trabalham nas empresas que licenciam a turminha. Desde 1970, quando saiu a primeira revista da M�nica, j� s�o mais de 1 bilh�o de exemplares.

Altair Rezende, propriet�rio da tradicional Brinkel, h� 22 anos no mercado de Belo Horizonte, est� satisfeito com o desempenho que as marcas brasileiras v�m obtendo nos �ltimos anos. Ele diz que em 2009 os brinquedos nacionais representavam cerca de 8% de seu faturamento, agora chegam a 15%. “As marcas brasileiras est�o sendo muito bem trabalhadas”, afirma.

Marcos Luporini e Juliano Prado criaram a Galinha Pintadinha(foto: JOÃOMIRANDA/ESP.EM/D.A PRESS)
Marcos Luporini e Juliano Prado criaram a Galinha Pintadinha (foto: JO�OMIRANDA/ESP.EM/D.A PRESS)
Invas�o de brinquedos

Os produtos licenciados invadem com grande proje��o as lojas de brinquedos. Estimativas da Associa��o Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) d�o conta de que esses produtos carregados por personagens j� representam 80% dos itens vendidos no Brasil. Os brinquedos nacionais ocupam 45% do mercado e, segundo a Abrinq, entre os brasileiros n�o � diferente: apenas 20% do mercado opera longe das marcas.


A explos�o dos personagens salta aos olhos dos consumidores. “As crian�as querem aquilo que elas veem na TV”, diz o vendedor Luiz Gustavo Martins, pai de Matheus Henrique, de 4 anos, que j� sabe escolher os pr�prios brinquedos, e de Ana L�vea, 4 meses. Ele diz que a participa��o das marcas nacionais � pequena diante dos personagens e super-her�is importados. “Acredito que o mercado brasileiro tem espa�o para crescer.”


Marici Ferreira, da Abral, aposta na for�a das marcas brasileiras. Ela ressalta que enquanto o licenciamento movimenta no Brasil R$ 12 bilh�es ao ano, nos Estados Unidos, pa�s criador da Walt Disney World, o mercado movimenta US$ 109 bilh�es. “Este ano o setor deve crescer 15%. Nossa meta � chegar a 10% do mercado americano.” Segundo ela, hoje s�o 500 empresas no pa�s trabalhando no segmento, que tem potencial para no longo prazo atingir 20 mil empreendimentos. (MC)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)