
Pesquisa feita pelo Data Popular, instituto que pesquisa a baixa renda no pa�s, mostrou que 32,2 milh�es de brasileiras acima dos 18 anos foram aos sal�es nos �ltimos 30 dias antes do levantamento, realizado em 44 cidades do pa�s. Al�m disso, a pesquisa mostrou que 64% das frequentadoras dos sal�es trabalham e 85% acreditam que as pessoas bem-arrumadas se d�o melhor profissionalmente.
O estudo apontou ainda que a maioria absoluta (83%) das frequentadoras dos sal�es de beleza pertence � classe C. “Os n�meros vieram para ficar e n�o representam apenas a vaidade. As mulheres est�o enxergando a beleza como investimento na qualidade de vida e no pr�prio trabalho. � uma plataforma para melhorar de vida”, afirma Renato Meirelles, presidente do Data Popular. A m�dia de frequ�ncia da classe C aos sal�es de beleza � bem pr�xima da alta, ficando em torno de duas vezes ao m�s. “O tipo de sal�o � diferente, mas a frequ�ncia � quase a mesma”, ressalta Meirelles.
A preocupa��o das mulheres com a apar�ncia faz sentido. Nas ag�ncias de recrutamento e consultorias de recursos humanos h� unanimidade na rela��o direta das oportunidades com boa apar�ncia. “Sem d�vida nenhuma, � uma arma. A pessoa tem que parecer ser bem-sucedida. Se ela estiver desleixada, deprimida e malvestida, nenhuma empresa vai querer. Se passar a conota��o de que n�o est� bem consigo mesma, ela n�o vai conseguir ter bom desempenho no trabalho”, diz Maria Antonieta Barbosa Rossi, uma das diretoras do Instituto de Desenvolvimento e Gest�o Empresarial (Idege).
A profissional que consegue equilibrar a vida pessoal com a profissional � a desejada, avalia Maria Antonieta. “A roupa, por exemplo, n�o precisa ser cara. Tem que ser adequada e depende mais de bom senso. E se a pessoa j� vem naturalmente com esse ‘desconfi�metro’, a chance de se dar bem no ambiente corporativo � maior”, diz.
BELEZA E FELICIDADE A recepcionista Andr�a Luciana de Moura Mendes, de 40 anos, acredita que a apar�ncia influencia muito no ambiente profissional. “A pessoa que est� com unha feita, maquiada e cabelo escovado passa a ideia de organiza��o”, diz. Ela busca estar sempre assim. De 15 em 15 dias ela vai ao sal�o, onde faz escova , hidrata��o e unha. Total da conta: de R$ 35 a R$ 40. De quatro em quatro meses faz ainda luzes e escova progressiva e desembolsa mais R$ 150. Andr�a tem faixa salarial de at� R$ 1 mil e acredita que a apar�ncia � importante em todas as profiss�es. “Quando estou mal-arrumada, n�o fico feliz. Quando me cuido, fico melhor comigo mesma”, afirma.

O cuidado com a apar�ncia vale para todos os n�veis hier�rquicos, ressalta Lara Castro, da Rhumo Consultoria. “A grande quest�o colocada � a seguinte: se a pessoa n�o cuida dela, ser� que vai cuidar do trabalho?”, indaga Lara. Ele ressalta que at� mesmo no momento da admiss�o a pessoa com melhor apar�ncia pode ser escolhida em detrimento de outras.
“A imagem � a primeira coisa a trabalhar. E a sa�de f�sica � muito ligada � emocional. Se a pessoa n�o est� bem fisicamente, pode n�o estar bem emocionalmente. E tudo isso impacta na produtividade das organiza��es”, diz Lara.
As regras para vestir melhor muitas vezes s�o expl�citas nas organiza��es, divulgadas at� mesmo em jornais internos. “Outras vezes, s�o ditas nas conversas de corredores”, explica Lara. Ela afirma que algumas empresas chegam a fazer conv�nios com sal�es de beleza e consultorias para ensinar o que deve e n�o deve ser usado.
A consultora de im�veis T�nia Maria da Silva e Souza, de 53 anos, tem faixa salarial entre R$ 7 mil e R$ 8 mil e trabalha com clientes mais exigentes. “S�o pessoas que olham a apar�ncia. Por isso, n�o deixo um cent�metro de fio de cabelo branco sem pintar e estou sempre maquiada e cabelo arrumado. Caso contr�rio, fica parecendo desleixo”, diz. Ela acredita que � preciso se sentir bem para ter sucesso no ambiente profissional.
T�nia frequenta o sal�o de beleza todas as semanas. L�, faz sobrancelha, retoque de raiz, p� e m�o e mechas. “� medida que vamos ficando mais velha, ficamos ainda mais vaidosas. � uma preocupa��o crescente, pois o mercado est� cada vez mais competitivo”, afirma.
A advogada Cec�lia de P�dua Wanderley Alc�ntara, de 28, mora em Montes Claros , no Norte de Minas. “As pessoas julgam muito pela apar�ncia, principalmente no interior”, diz. Cec�lia tem renda em torno de R$ 3 mil. Ela faz p� e m�o toda semana e luzes de tr�s em tr�s meses. “Na advocacia, o marketing � voc�”, conclui. (GC)