
Em Furnas – localizada no Rio Grande e considerada a m�e das usinas hidrel�tricas do Brasil porque alimenta 11 reservat�rios importantes para o pa�s at� chegar a Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai –, no m�s passado, a capacidade de armazenamento estava em 67,64%, a menor desde agosto de 2002, quando estacionou em 68,73%. Em Tr�s Marias, no Rio S�o Francisco, o volume �til do reservat�rio era de 36,52% em agosto, pr�ximo ao patamar de 34,62% no mesmo m�s de 2003. Al�m do aumento direto na conta de luz que a falta d’�gua nos reservat�rios pode ocasionar, os consumidores, que tamb�m s�o contribuintes, dever�o arcar com a eleva��o dos gastos do governo com a MP 579.
De acordo com Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, comercializadora de energia no mercado livre, a redu��o nas contas de energia el�trica vai custar R$ 8,46 bilh�es aos cofres do Tesouro Nacional, ante uma previs�o inicial de R$ 3,3 bilh�es. O dinheiro ser� depositado na Conta de Desenvolvimento Energ�tico (CDE), que prover� recursos para compensar descontos aplicados nas tarifas de uso do sistema el�trico de distribui��o e nas tarifas de energia el�trica. A CDE tamb�m prover� aportes para compensar o efeito da n�o ades�o � prorroga��o das concess�es de energia el�trica, assegurando o equil�brio da redu��o das tarifas nas distribuidoras.
De acordo com a Comerc, dos 24.044 Megawatts (MW) pass�veis de terem sua concess�o renovada pela MP 579, 36%, ou 8.688 MW – referentes � usinas hidrel�tricas da Cemig, Cesp, Copel e Selesc –ficaram de fora, o que, junto com a edi��o da medida no per�odo seco, acabou deixando a conta do governo mais salgada do que o esperado. “Nada menos do que 70% da energia el�trica gerada no Brasil vem de fonte hidr�ulica. Trata-se de energia barata, mas que n�o fornece seguran�a ao sistema porque � sazonal”, explica Vlavianos.
Para Adriano Pires, diretor e fundador do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o anivers�rio da MP � uma data triste para o setor el�trico porque as concession�rias, com destaque para a Eletrobras, perderam valor e capacidade de investimentos. “A MP foi formulada num momento de reservat�rio seco, o governo teve que ligar t�rmicas e foi obrigado a criar esqueletos para cumprir a palavra prometida aos brasileiros. Al�m disso, a conta ficou mais barata para os consumidores do que para a grande ind�stria. Ou seja: a MP n�o aumentou a competitividade do Brasil”, diz.
CONSUMO EM ALTA
O consumo de energia no Brasil em agosto cresceu 2,8% na compara��o com julho, informou ontem o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS). Em rela��o a igual m�s de 2012, a alta na carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 4,8%. No acumulado dos �ltimos 12 meses, o SIN apresentou uma varia��o positiva de 3,8%. "O desempenho da carga do subsistema Sudeste/Centro Oeste, que apresenta participa��o de cerca 60% na carga do SIN, tem sido afetado pelo comportamento da ind�stria, que continua n�o apresentando uma din�mica de recupera��o bem definida", esclareceu o ONS.
A alta das regi�es Sudeste e Centro Oeste foi de 3,5% em agosto contra julho. Segundo o �rg�o, o ac�mulo de estoques e a diminui��o da utiliza��o da capacidade instalada s�o alguns dos fatores que contribu�ram para o desempenho da carga durante o m�s passado.