Desde janeiro, quando entrou em vigor o Programa de Incentivo � Inova��o Tecnol�gica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Ve�culos Automotores (Inovar-Auto), empresas como Nissan, JAC Motors, BMW, Chery, Mitusubishi Motors, Caoa e, no grupo de caminh�es pesados, DAF Caminh�es e Metro-Schacman j� anunciaram R$ 6,8 bilh�es em novos investimentos no pa�s, sem contar os aportes que est�o sendo destinados � inova��o e pesquisa nas f�bricas instaladas em territ�rio nacional. A estimativa � de que at� 2015 o programa levantar� mais de R$ 50 bilh�es em investimentos no setor.
O novo regime automotivo incentiva as montadoras a promoverem um salto tecnol�gico na qualidade dos ve�culos produzidos no pa�s, que dever�o ser mais leves, mais econ�micos e menos poluentes. Em troca, estabelece um desconto de at� 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para autom�veis produzidos e vendidos no Brasil.
A meta � reduzir em 30% as emiss�es de g�s carb�nico (CO2) at� 2017 e elevar para 65% a participa��o do conte�do nacional na produ��o local de ve�culos. De acordo com o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), a ideia � criar condi��es de competitividade e incentivar as empresas a fabricar carros mais econ�micos e seguros, e tamb�m a investir na cadeia de fornecedores, em engenharia, tecnologia industrial b�sica, pesquisa, desenvolvimento e capacita��o de fornecedores. At� 2016, as empresas que aderiram ao programa ter�o de assumir o compromisso de elevar a efici�ncia energ�tica em 12,08% em compara��o com a atual. Em troca, as montadoras contar�o com benef�cios tribut�rios, como a redu��o do IPI.
Com ades�o total entre as montadoras, o Inovar-Auto concede o benef�cio tribut�rio de forma imediata �s empresas. No momento da habilita��o, as companhias assumiram o compromisso de produzir e comercializar ve�culos que, em m�dia, consigam fazer 15,93 km/l quando abastecidos com gasolina e 11,04 km/l se o combust�vel usado for o etanol. Hoje, a m�dia � de 14 km/l com gasolina e 9,71 km/l com etanol.
Investimentos
De acordo com Carlos Eug�nio Dutra, diretor de Planejamento e Estrat�gia do Produto da Fiat Chrysler para a Am�rica Latina, o Inovar-Auto vai exigir mais investimentos em efici�ncia energ�tica j� que, no caso da Fiat, 90% dos componentes usados na fabrica��o de autom�veis da marca j� s�o produzidos no pa�s. “H� muito trabalho a ser feito nos pr�ximos tr�s anos para nos adequarmos �s exig�ncias da lei”, diz. Dutra chama a aten��o para o fato de que, a partir de 2016, as empresas que se inscreveram ter�o de respeitar o �ndice m�nimo de efici�ncia energ�tica.
Demanda por a�o de alta resist�ncia
De acordo com Jo�o Francisco Batispta Pereira, especialista de produtos da Usiminas, principal fornecedora de a�o para o setor automotivo no Brasil, o Inovar-Auto j� est� estimulando a procura por um produto de alta resist�ncia no pa�s. “Na agenda do setor automotivo existem demandas cada vez mais exigentes em rela��o ao aumento da seguran�a veicular, emiss�o de poluentes e reciclagem”, diz. Segundo ele, a redu��o do peso dos ve�culos sem comprometer sua seguran�a, por meio da utiliza��o em larga escala de chapas mais finas de a�os com resist�ncia mec�nica mais elevada e maior capacidade de absor��o de energia em colis�es, � uma tend�ncia no segmento.
Em 2012, a Usiminas produziu cerca de 29 mil toneladas de a�os avan�ados, laminados a frio. “Se o ritmo continuar como foi at� agosto, vamos chegar ao fim de 2013 produzindo entre 36 mil e 37 mil toneladas do produto”, estima Pereira. De acordo com ele, essa expans�o � fruto da nova demanda do mercado. “O Inovar-Auto chega quase que para refor�ar um conjunto de coisas que j� existiam, s� que at� ent�o n�o havia legisla��o para orientar as montadoras. Agora elas sabem que precisam reduzir o consumo e uma das formas de fazer isso � diminuindo o peso do ve�culo e aumentando a resist�ncia mec�nica para garantir a seguran�a”. Hoje a sider�rgica produz todo o portf�lio de a�o de alta resist�ncia demandado pelo mercado. Uma nova vers�o – DP 1.200 – est� sendo desenvolvida no centro de pesquisas da empresa.
Em 2011, a Usiminas inaugurou a segunda linha de galvaniza��o a quente na usina de Ipatinga, destinada principalmente ao setor automotivo. Com o investimento (R$ 914 milh�es), a capacidade instalada de produ��o de a�o revestido a quente chegou a 1 milh�o de toneladas/ano. “Os benef�cios desse investimento j� come�am a ser colhidos. No ano passado, a comercializa��o desses a�os revestidos, de alto valor agregado, aumentou 44% no mercado interno, comparado a 2011”, afirma Pereira.
Expertise
Al�m do aumento na capacidade de produ��o, a nova linha de galvaniza��o tem proporcionado � empresa maior expertise no processo de produ��o de bobinas e chapas ultrarresistentes, podendo atender demandas de a�os utilizados na constru��o de pe�as de refor�o de ve�culos. Outro investimento, de R$ 2,5 bilh�es, relevante para o setor � a inaugura��o do novo laminador de tiras a quente, na usina de Cubat�o (SP), ocorrido em outubro do ano passado. Com isso, a empresa aumenta sua oferta de produtos voltados a mercados de maior valor agregado, como a ind�stria de autope�as, al�m de �leo e g�s, m�quinas e equipamentos industriais e constru��o civil. (ZF)