S�o Gon�alo do Rio Abaixo – H� seis meses, Paulo Assis deixou o emprego em Ipatinga, no Vale do A�o, e se mudou para S�o Gon�alo do Rio Abaixo, na Regi�o Central, onde realizou o sonho de montar o pr�prio neg�cio, a Mal�cia Modas, uma pequena loja de roupas e acess�rios. Seis meses antes, Luiz Fl�vio Tomaz, que morava em Itabira, tamb�m percebeu a oportunidade de abrir um estabelecimento e fundou o restaurante Poiz�, que emprega sete pessoas tamb�m em S�o Gon�alo do Rio Abaixo. A decis�o deles de ganhar a vida na nova cidade se deve � economia do lugar, que vai de vento em popa: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) constatou que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita subiu de R$ 27 mil em 2006 para R$ 144,7 mil em 2010.
J� a cidade em que Paulo nasceu, Ipatinga, ainda n�o se recuperou das turbul�ncias da atual recess�o econ�mica mundial, cujo marco � a quebra do banco americano Lehman Brothers, ocorrida em 15 de setembro de 2008. L�, por exemplo, o saldo entre admitidos e demitidos pelos setores pesquisados pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a julho, ficou negativo em 91 dispensas. No acumulado dos 12 meses do ano passado, a estat�stica foi pior: 2,6 mil dispensas. Em Itabira, munic�pio em que Luiz
Cidades cuja economia est�o na contram�o da recess�o mundial � o tema do segundo dia da s�rie que o EM publica desde ontem. Em S�o Gon�alo, os novos ventos come�aram com a abertura da mina Brucutu, da Vale, em 2006. O complexo, que recebeu aporte de US$ 1,1 bilh�o, tem capacidade nominal de 30 milh�es de toneladas anuais e gerou 2 mil vagas de emprego. O salto na economia do munic�pio, que at� a abertura da mina vivia do agroneg�cio, atraiu grandes investimentos. A rede hoteleira Bristol, por exemplo, investe R$ 8,5 milh�es na constru��o de uma unidade ali. E o interesse de grandes empresas na cidade levou a prefeitura a construir dois distritos industriais.
Mas � bom enfatizar que os pequenos e m�dios neg�cios, no embalo das grandes empresas, tamb�m ajudam a fomentar a economia desses munic�pios. Luiz Fl�vio abriu sete postos de trabalho com o Poiz�. “Arrendei outro espa�o, aqui perto, para inaugurar uma churrascaria, que vai gerar 15 vagas”. J� Paulo Assis conta apenas com o pr�prio esfor�o e o da mulher, Janda. Ele aproveitou a lei do empreendedor individual, criado pelo Projeto de Lei Complementar (PLC) 128/08 e em vigor desde julho de 2009, para realizar o sonho de ter o pr�prio neg�cio. Apenas para recordar: o empreendedor individual foi criado com objetivo de reduzir a informalidade por meio de v�rias vantagens oferecidas pelo poder p�blico, como a possibilidade de aposentadoria, aux�lio maternidade e doen�a. As contrapartidas exigidas pelo governo s�o o faturamento m�ximo de R$ 60 mil anuais e pagamento de um valor em torno de R$ 40.
Segundo o �ltimo balan�o divulgado pelo Sebrae, entidade que ajuda a fomentar a categoria, o Brasil j� conta com 3,3 milh�es de empreendedores individuais. Desses, 114 est�o em S�o Gon�alo do Rio Abaixo. O n�mero pode parecer baixo, mas n�o �: o total de empreendedores individuais no munic�pio � maior do que o de 489 cidades mineiras.
POT�NCIAS DO SUL Em Extrema, no Sul de Minas, a economia tamb�m vai muito bem. A cidade abriu 2,1 mil empregos no primeiro semestre. Para l�, j� migraram a Panasonic, inaugurada em 2012, e duas fabricantes de chocolates, a Barry Ccallebaut e a Kopenhagen.
Tamb�m no Sul do estado, Pouso Alegre colhe bons frutos: o munic�pio sediar� uma unidade da chinesa XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group), a 10ª maior montadora de m�quinas pesadas para a constru��o civil do mundo. Outras que assinaram protocolo para operar na cidade s�o a Restoque, de confec��o feminina, e a Engemetal, do ramo de estruturas met�licas.