A desvaloriza��o cambial foi o principal respons�vel pela alta 1,48% do �ndice de Pre�os ao Produtor (IPP) em agosto. Segundo o Alexandre Brand�o, gerente da pesquisa da Coordena��o da Ind�stria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a alta de aproximadamente 4% do d�lar em agosto foi a respons�vel pela acelera��o do indicador, que j� havia se mostrado sens�vel a cota��o da divisa em meses anteriores. "Sempre que o d�lar sobe, h� esse efeito sobre o IPP", diz Brand�o. O IPP de agosto foi o terceiro maior da hist�ria do �ndice, que come�ou a ser divulgado em janeiro de 2010.
Em julho, a alta do IPP foi de 1,21% (revisado da leitura anterior, de 1,19%), em um m�s que a valoriza��o do d�lar ante o real foi de 3,7%, destaca Brand�o. Em junho, a alta de 6,8% no c�mbio resultou em IPP de 1,32%.
Apesar de quest�es espec�ficas de safra e de condi��es clim�ticas, que interferiram em itens de alimenta��o, os setores que mais influenciaram o avan�o do IPP foram aqueles em que h� intensa atividade de exporta��o ou importa��o de mat�rias primas: alimentos, petr�leo e �lcool, produtos qu�micos e metalurgia. Juntos, os quatro segmentos formaram 1,01 ponto porcentual do IPP. "O setor de alimentos vai puxar a alta esse ano", disse Brand�o.
Segundo ele, esse peso vem do tamanho do segmento na ind�stria de transforma��o, bem como da varia��o intensa dos pre�os. Em agosto, a alta foi de 3,15%, levando o acumulado no ano para 4,26%, ante 1,08% em julho. A alta do pre�o da soja, devido a problemas clim�ticos na safra dos Estados Unidos e ao aumento na demanda interna, foi um dos destaques no m�s, segundo o gerente da pesquisa.
A acelera��o ainda provocou alta de pre�os em 22 das 23 atividades pesquisadas - uma eleva��o generalizada nunca percebida anteriormente na s�rie, ressalta Brand�o. O �nico setor que registrou queda em agosto foi a impress�o e reprodu��o de grava��es (-0,73%), mas insuficiente para gerar um impacto negativo no IPP.