O governo brasileiro aproveita o caso da espionagem nas telecomunica��es que podem ter sido feitas pelo governo americano para justificar barreiras a empresas estrangeiras no leil�o do 4G. Ontem, Europa, Estados Unidos e Jap�o apelaram para que o Brasil reconsidere as regras da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel) para o leil�o, em 2014, da faixa de 700 MHz do 4G e que exigem que empresas cumpram com crit�rios de produ��o nacional para poder ser consideradas no processo.
O governo brasileiro alegou que a decis�o de exigir a produ��o local de equipamentos de telecomunica��es atende tamb�m a uma necessidade de seguran�a e defesa, o que foi interpretado por diplomatas estrangeiros como uma alus�o � espionagem que abriu uma crise na rela��o entre o Pal�cio do Planalto e a Casa Branca.
Washington, Bruxelas e T�quio lan�aram o alerta na Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), onde as pr�ticas nacionais em diversos setores v�m sendo questionadas nos �ltimos meses. Ontem, as economias desenvolvidas, de forma conjunta, voltaram a pressionar. Segundo os americanos, a Anatel exigiu que o operador garantisse que a tecnologia instalada nos pr�ximos dez anos tivesse 70% de pe�as nacionais.
Ontem, diplomatas americanos usaram a reuni�o da OMC para apelar ao Brasil que "reconsidere fazer exig�ncias discriminat�rias" em seu pr�ximo leil�o. A Uni�o Europeia tamb�m manifestou sua "forte preocupa��o" diante das regras da Anatel, enquanto o Jap�o insistiu que estava "profundamente preocupado" com as exig�ncias brasileiras.
Ao apresentar suas explica��es, o governo brasileiro indicou que as regras foram estabelecidas depois de um "longo processo de consultas" e que "nenhuma restri��o foi imposta a estrangeiros".
Mas o Itamaraty foi al�m, indicando que o leil�o n�o era apenas "uma transa��o comercial", mas uma iniciativa com "implica��es socioecon�micas e que contribuiu para a seguran�a nacional do Pa�s". O governo da presidente Dilma Rousseff j� havia indicado que a localiza��o de servidores e operadores no Brasil poderia reduzir a vulnerabilidade do Pa�s diante da espionagem.
Nesta semana, a Anatel indicou que o pr�ximo leil�o para amplia��o da tecnologia celular de quarta gera��o (4G) deve acontecer a partir de abril de 2014. As seis cidades que serviram de sede para a Copa das Confedera��es j� t�m o servi�o, ainda que de forma parcial. A meta � de que, at� dezembro de 2014, todas as 12 cidades que sediar�o a Copa do Mundo dever�o ter o 4G implementado. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.