
Segundo Roberto Chadad, presidente da Associa��o Brasileira do Vestu�rio (Abravest), uma das justificativas para que as roupas ganhem destaque na �rvore de Natal � o valor unit�rio da pe�a, que, se comparado ao de um computador, � infinitamente menor. “Estamos falando de roupas de R$ 20 contra um computador de R$ 1.000 em um momento em que a renda das pessoas est� mais comprometida”, compara.
Com a concorr�ncia chinesa pressionando, Chadad garante que os produtos nacionais ficariam ainda mais competitivos caso os grandes importadores pagassem os mesmos tributos. “No exterior, eles n�o pagam os mesmos impostos que n�s. Se introduzirem os 35% em encargos sociais que pagamos ao pre�o deles, ter�amos valores ainda melhores”, comenta. No entanto, como importar ficou mais caro, ele estima que a produ��o nacional dever� ser bastante demandada. “J� assistimos ao Natal do t�nis, dos brinquedos, do tablet e do smartphone, mas, neste Natal, Papai Noel vai vestir duas roupas”, adianta Chadad.
No que depender do desempenho da ind�stria mineira, a expectativa do setor deve se confirmar no estado. De acordo com Michel Aburachid, presidente do Sindicato das Ind�strias do Vestu�rio no Estado de Minas Gerais (Sindvest), a alta nas vendas vem sendo observada desde o in�cio do ano e deve seguir a mesma trajet�ria at� dezembro. “At� julho faturamos 4% a mais que no mesmo per�odo do ano passado. Para o Natal, percebemos que os lojistas est�o fazendo pedidos mais cedo”, afirma. “O movimento � t�o grande que estamos entregando o ver�o de 2014 desde agosto. Al�m disso, os lojistas j� est�o repetindo pedidos e isso geralmente acontecia no fim de outubro e em novembro”, acrescenta. Para dar conta da demanda, o setor, segundo Aburachid, incrementou em 5% o quadro de funcion�rios.
Marco Polo Viriato Rolim, s�cio-diretor da Garotada Moda Infantil, que tem confec��o pr�pria, passou por um ano at�pico, com per�odos de crescimento, mas tamb�m de queda nas vendas, puxada pelo endividamento das fam�lias e pela infla��o, que tem corro�do o sal�rio, mas conta que trabalha com meta de crescimento de 12% nas vendas do per�odo. Para isso, tem feito investimentos em marketing, desenvolveu novos produtos e preparou todo o pessoal da �rea de vendas para a data. “A alta do d�lar veio a calhar, depois da invas�o dos importados. Estamos otimistas e aumentamos o nosso quadro em 25%”, diz. Ainda de acordo com ele, os produtos chineses sem qualidade s�o os que mais pressionam, por chegarem ao mercado mais baratos. No entanto, os de qualidade superior t�m pre�o similar ao da ind�stria brasileira.

COM�RCIO No varejo, as expectativas s�o t�o positivas quanto na ind�stria. A gerente da loja K9, do Boulevard Shopping, B�rbara Bretas, que espera vender 30% a mais que no ano passado, afirma que n�o s� a concorr�ncia das roupas importadas tem pressionado o setor, mas tamb�m a dos eletr�nicos. “As pessoas come�aram a comparar os valores entre um e outro produto. Se pagou R$ 700 em um telefone, certamente n�o vai querer pagar R$ 700 em um casaco”, comenta. “Isso fez a ind�stria do vestu�rio se preocupar em como manter um giro de mercadoria com pre�os mais interessantes sem perder qualidade”, comenta.