Para a economista Maria Beatriz David, professora do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a escolha da presidenta da Petrobras, Gra�a Foster, pela revista norte-americana Fortune como a executiva mais poderosa do mundo, poder� fortalecer a situa��o da estatal com os mercados financeiros, “porque hoje a situa��o � complicada. Ela [a Petrobras] est� muito endividada e para tomar recursos novos, isso dificulta”.
Segundo a economista, ao eleger Gra�a Foster como a mulher de neg�cios mais poderosa em termos globais, a revista Fortune reconhece que ela � uma administradora eficiente. “Ent�o, para os investidores, � um sinal positivo”.
Maria Beatriz atribuiu parte da escolha de Gra�a Foster ao tamanho da Petrobras, que � uma das empresas de petr�leo mais importantes do mundo, “mesmo que a estatal esteja com problemas, com falta de recursos para investimentos novos”.
A economista destacou que o novo marco regulat�rio do pr�-sal penaliza a Petrobras, na medida em que obriga a estatal a participar de todos os empreendimentos. “Isso requer uma massa de recursos que n�o foi pensada”. Isso era f�cil antes, disse, quando a Petrobras era totalmente controlada pelo governo, porque o Tesouro Nacional, quando tinha recursos suficientes, repassava para a empresa. “Agora ela � uma empresa na qual o Estado tem participa��o no capital. Para as contas p�blicas e para a justificativa disso tudo, � complicado”.
O professor do Centro de Economia e Petr�leo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Funda��o Getulio Vargas (FGV), Maur�cio Canedo, disse que o fato de Gra�a ter sido eleita confirma que a Petrobras � uma empresa importante no cen�rio global.
Canedo salientou que o efeito maior da escolha da presidenta da Petrobras � em rela��o � igualdade entre os g�neros. “Infelizmente, ela ainda � exce��o. Embora existam mais mulheres do que homens e que a escolaridade das mulheres seja maior que a m�dia dos homens, � bem raro voc� ter uma mulher em uma posi��o de destaque como essa, no Brasil e no mundo. E, no Brasil, em particular”. Para o economista, a elei��o de Gra�a Foster �, “de alguma forma, um alento”.