A alta das vendas do varejo acima do esperado em julho e agosto deve melhorar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, comentou nesta ter�a-feira, 15, a economista do Santander Fernanda Consorte. Ela estimava uma queda para o com�rcio de 0,2% em agosto, na margem, mas ocorreu uma eleva��o de 0,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Al�m disso, o instituto revisou para cima a alta de 1,9% deste mesmo indicador apurada em julho para uma eleva��o de 2,1%. "Com esses dados, pode ser que o PIB do terceiro trimestre fique est�vel ou levemente positivo. At� recentemente, eu esperava uma queda de 0,3%", destacou.
Na avalia��o de Fernanda, tr�s fatores poderiam explicar os resultados acima do esperado das vendas de varejo em julho e agosto. "H� uma melhora do mercado de trabalho, especialmente com o aumento das pessoas ocupadas", destacou. Um outro elemento � o programa Minha Casa Melhor, que, segundo ela, est� estimulando as vendas de eletrodom�sticos. Ela tamb�m destaca que h� uma melhora da confian�a dos consumidores, fato registrado alguns meses depois dos protestos populares por melhores servi�os p�blicos ocorridos em v�rias capitais no m�s de junho.
"O programa Minha Casa Melhor tem um or�amento de R$ 18 bilh�es e deve responder por cerca de 15% das vendas totais dos segmentos de m�veis e eletrodom�sticos no Pa�s", comentou Fernanda. Segundo ela, da alta de 0,9% do varejo restrito em agosto, quase metade foi causada por esses dois segmentos de produtos. "Al�m disso, h� um bom desempenho das vendas de supermercados, que inclusive tem alguma colabora��o da venda de eletrodom�sticos", destacou.
Para setembro, Fernanda acredita que o com�rcio pode registrar um desempenho levemente positivo. Numa avalia��o preliminar, ela avalia que poder� exibir um incremento pr�ximo de 0,5% em rela��o a agosto.
Apesar do bom desempenho das vendas de varejo em julho e agosto, com uma perspectiva razo�vel para setembro, a economista do Santander pondera que dificilmente os bons resultados do setor ser�o mantidos entre outubro e dezembro. "H� um processo de alta de juros pelo Banco Central, o que coloca restri��es como a eleva��o dos juros para financiamentos", destacou.
Al�m disso, Fernanda ponderou que a concess�o de cr�dito em geral est� muito fraca, com exce��o do desempenho dos bancos oficiais. Ela espera que o PIB neste ano suba 2,3%. Como a infla��o est� alta e deve fechar este ano em 6,1% e em 6,3% em 2014, Fernanda acredita que o BC deve elevar os juros para 11% ao ano at� o final do ano que vem. Segundo ela, o Copom deve subir a Selic para 9,75% no dia 27 de novembro e agregar 0,25 ponto porcentual em janeiro. Esse movimento ser� completado no �ltimo trimestre do ano que vem, quando a Selic subiria mais um ponto porcentual.