Washington, 16 - A ag�ncia de classifica��o de risco Fitch Ratings anunciou, na ter�a-feira, 15, que poder� reduzir a nota da d�vida p�blica dos Estados Unidos, por causa do impasse pol�tico que impediu at� agora a eleva��o do teto de endividamento do pa�s a tempo de afastar o risco de default a partir de quinta-feira, 17.
Acordo que havia sido costurado entre republicanos e democratas na noite de segunda-feira, 14, para colocar fim � crise foi ignorado por republicanos na C�mara, que decidiram promover uma proposta paralela. Mas n�o havia unidade dentro da pr�pria legenda para aprova��o do texto, com a extrema direita exigindo mais concess�es do governo para permitir a reabertura da administra��o e ampliar o teto de endividamento do Tesouro, o que adiou uma sa�da para a crise.
As aten��es se voltam para o Senado, mas h� d�vidas sobre se o Congresso conseguir� alcan�ar uma solu��o nesta quarta-feira, 16. A proposta prev� a eleva��o do teto de endividamento at� 7 de fevereiro e autoriza o governo a realizar gastos at� 15 de janeiro. Antes disso, democratas e republicanos nas duas Casas tentar�o chegar a um acordo que substitua os cortes autom�ticos de gastos chamados “sequestro”, que ter�o sua segunda rodada a partir de 15 de janeiro.
Limite
O Tesouro perder� a capacidade de se financiar a partir de amanh�, quando atingir� o limite de endividamento de US$ 16,7 trilh�es e ter� US$ 30 bilh�es em caixa. A Fitch diz que o governo ainda ter� capacidade de fazer pagamentos depois de amanh�, mas ressaltou que isso ser� cada vez mais dif�cil com o passar dos dias.
A ag�ncia tamb�m questionou a suposta capacidade de o Tesouro dar prioridade aos pagamentos de juros da d�vida, o que evitaria um default, na opini�o de alguns parlamentares republicanos.
Segundo a Fitch, n�o est� claro se o governo tem capacidade de fazer isso - a cada dia h� milh�es de compromissos a serem pagos - nem se dar prioridade aos detentores de b�nus seria aceit�vel do ponto de vista legal.
“Os EUA correm o risco de serem for�ados a incorrer em atrasos generalizados de pagamentos a fornecedores e empregados, assim como de pagamentos de benef�cios sociais a seus cidad�os”, ponderou a Fitch. Se concretizado, esse cen�rio prejudicaria a percep��o do cr�dito soberano americano e da economia do pa�s.
H� pouco mais de dois anos, a Standard & Poor’s, rebaixou pela primeira vez na hist�ria a nota da d�vida dos EUA, depois de um impasse semelhante ao atual. Na �poca, republicanos e democratas s� chegaram a um acordo na v�spera do dia em que o Tesouro perderia sua capacidade de financiamento.
A Fitch anunciou que concluir� o processo de revis�o da classifica��o de risco do pa�s no fim do primeiro trimestre de 2014, mas poder� antecipar o prazo caso a situa��o se agrave.
A avalia��o da empresa n�o ser� influenciada apenas por quest�es econ�micas. Fatores pol�ticos ter�o relev�ncia, tendo em vista as repetidas crises sobre o Or�amento que ocorrem desde 2011. Nos termos da proposta costurada por republicanos e democratas no Senado, haver� novo enfrentamento sobre o teto da d�vida no in�cio de fevereiro.
Para a Fitch, os conflitos em torno do tema reduzem a confian�a no governo e nas institui��es pol�ticas dos EUA e afetam a “coer�ncia e a credibilidade da pol�tica econ�mica”.