Com menos inje��o de dinheiro do Tesouro Nacional a partir do ano que vem, o BNDES vai colocar um p� no freio na concess�o de empr�stimos. Este � o centro do plano que est� sendo elaborado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do banco, Luciano Coutinho. Eles querem criar condi��es para reduzir o mais r�pido poss�vel os volumes a serem aportados na institui��o.
Na pr�tica, isso vai levar a uma diminui��o na participa��o do banco em projetos de investimentos - invertendo, pelo menos em parte, o papel desempenhado por ele at� agora na estrat�gia do governo. Em empreendimentos em que o BNDES normalmente participaria financiando 70%, ele passaria a responder por 50%, exemplificou uma fonte.
O banco ficaria mais concentrado nas opera��es de financiamento dos grandes projetos de infraestrutura. O governo prometeu recursos do banco aos concession�rios de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
O BNDES vai estudar caso a caso com as empresas como diminuir essa participa��o no financiamento. Um grupo de trabalho formado por representantes da Minist�rio da Fazenda e do BNDES estuda um mix de alternativas para viabilizar a aplica��o dessa nova estrat�gia j� a partir do in�cio de 2014.
Em compensa��o ao enxugamento das linhas de cr�dito, o banco vai participar mais ativamente das opera��es de capta��o de recursos para financiar os investimentos via deb�ntures. Ele poder� atuar como facilitador da oferta de garantias pelo emissor e tamb�m adquirindo os pap�is.
Para melhorar a situa��o de caixa, o BNDES tamb�m vai “monetizar” ativos. Uma das ideias, segundo outra fonte, � vender uma parte dos t�tulos p�blicos que est�o na carteira do banco. Hoje, esses t�tulos garantem lucro ao banco por meio da arbitragem de taxa de juros com a carteira de renda fixa. Novas opera��es externas, com o apoio do Tesouro, est�o sendo estudadas para garantir a complementa��o dos recursos. Em setembro, o BNDES captou US$ 2,5 bilh�es no mercado internacional.
Cr�dito
A ideia � anunciar a nova pol�tica de atua��o do banco junto com o novo empr�stimo que o Tesouro liberar� para o BNDES. Assim, ao mesmo tempo que anuncia mais um aporte, o ministro Mantega poder� dar uma indica��o sobre o rumo do banco no longo prazo.
Em junho, o Banco recebeu R$ 15 bilh�es do Tesouro, mas a t�tulo de aumento de capital. Como empr�stimo, o banco pediu R$ 30 bilh�es para este ano e mais R$ 10 bilh�es no in�cio do ano que vem. Mas o valor a ser repassado dever� ser menor.
Com esse redesenho da rela��o entre o cofre federal e o banco, o governo procura dar uma resposta mais clara �s crescentes cr�ticas dos aportes do Tesouro aos bancos p�blicos. No caso do BNDES, j� foram injetados R$ 300 bilh�es.
Essas opera��es, nas quais de um lado o governo coloca dinheiro nos bancos oficiais e de outro recebe dividendos dessas mesmas institui��es, aumentaram a d�vida bruta do Pa�s e alimentaram as desconfian�as do mercado financeiro sobre a solidez da pol�tica fiscal. As d�vidas sobre a condu��o das contas p�blicas levaram duas ag�ncias de classifica��o de risco a colocar o Brasil em situa��o de observa��o, e h� risco de um rebaixamento.
A redu��o dos aportes, j� anunciada por Mantega, vai implicar diminui��o do lucro do BNDES e, consequentemente, dos dividendos repassados ao Tesouro. O BNDES foi a estatal que mais refor�ou o caixa do Tesouro com os dividendos nos �ltimos anos, estrat�gia que foi fundamental para garantir o cumprimento da meta de super�vit prim�rio do governo.