Um estudo da Transpar�ncia Internacional divulgado nesta quarta-feira, 16, na Alemanha, mostra que as principais multinacionais brasileiras precisam aprimorar os mecanismos de combate � corrup��o, aumentar a transpar�ncia organizacional e a presta��o de contas sobre suas atividades no exterior. O levantamento - Transpar�ncia em Relat�rios Corporativos: Avaliando o Mercado das Multinacionais Emergentes - faz uma an�lise da �tica nos neg�cios por parte das 100 maiores companhias internacionais de 16 pa�ses emergentes.
Para a Transpar�ncia Internacional, as grandes empresas do Brics - bloco formado por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul - e de pa�ses como Chile, Hungria, M�xico, Turquia e Mal�sia, entre outros, ainda s�o pouco transparentes e est�o distantes dos modelos de combate � corrup��o e de abuso de poder adotados na Europa e nos Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 10, na qual as maiores notas indicam mais transpar�ncia, a m�dia das 100 companhias foi de 3,6 e apenas 1 em 4 multinacionais receberam nota acima de 5.
As empresas brasileiras est�o bem aqu�m dos crit�rios defendidos pela Transpar�ncia Internacional. A nota m�dia das 13 companhias analisadas foi de 3,4 - acima apenas do �ndice das 33 estatais chinesas analisadas, quando se considera os cinco pa�ses do Brics. A mais bem classificada no ranking, a Marcopolo, est� em 30.º lugar, com nota 4,8, e apenas uma das empresas, a Votorantim, tem regras expl�citas de proibi��o ao pagamento de propina a agentes p�blicos. O pior desempenho entre as brasileiras � o da Odebrecth, com 0,2 na escala da entidade.
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A metodologia da Transpar�ncia Internacional considera pol�ticas das companhias que s�o p�blicas - ou seja, n�o basta a empresa ter medidas de controle interno, � preciso divulg�-las.
Segundo a Transpar�ncia Internacional afirma que as multinacionais analisadas receberam da entidade os dados levados em conta para o estudo e puderam comentar ou mesmo corrigir as informa��es - das 100 empresas, apenas 17 responderam, incluindo as brasileiras Brasil Foods, Gerdau, Natura, Petrobr�s e Votorantim. Conforme a entidade, esse processo levou a melhorias nos resultados de 12 das 17 empresas que responderam aos dados apresentados.
A Transpar�ncia Internacional afirma que apenas 6 das 100 multinacionais estudadas t�m pol�ticas claras que proibi��o a pr�ticas como pagamento de propina para acelerar entraves alfandeg�rios ou tr�mites burocr�ticos, al�m de casos de suborno para assinar contratos com governos.
Multinacionais de pa�ses desenvolvidos, como a francesa Alstom e a alem� Siemens, s�o acusadas de corromper agentes p�blicos em v�rios pa�ses, inclusive no Brasil.
“O resultado de nosso levantamento n�o � bom”, diz um comunicado da entidade. “Essas s�o algumas das maiores empresas do mundo e t�m um potencial de crescimento incr�vel. Essa pesquisa mostra onde essas empresas falham e garante informa��o para que se empurre essas empresas a fazer mais para combater o abuso de poder, acordos secretos e propinas.”
Entre as recomenda��es feitas pela entidade �s companhias, aos governos, a investidores e � sociedade civil, a primeira � defender que as multinacionais dos Brics aprimorem suas pol�ticas de �tica nos neg�cios e, dessa forma, sirvam de exemplo para os demais pa�ses.
Para a chefe da Transpar�ncia Internacional, Huguette Labelle, “chegou o momento de mercados emergentes fazerem em sua parte para lutar contra a corrup��o”.