Empregados da Petrobras iniciaram, na madrugada de ontem, greve geral que prejudicou a atividade em plataformas, refinarias, terminais portu�rios e sedes administrativas da estatal em todo o pa�s. A paralisa��o, liderada pela Frente �nica dos Petroleiros (FUP), exige o cancelamento do leil�o do Campo de Libra, na Bacia de Santos (RJ), marcado para a pr�xima segunda-feira. A primeira licita��o do pr�-sal dentro das novas regras de partilha testa a capacidade do governo de atrair recursos para investimentos diretos, com impactos positivos nas contas da Uni�o e do pa�s. A estimativa divulgada ontem pela Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP) � de que Libra produza at� 1,4 milh�o de barris por dia em 15 anos.
A FUP e os seus sindicatos associados reivindicam ainda reajuste salarial de 12,5%, com ganho real de 5%, al�m da retirada da tramita��o no Congresso do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceiriza��o de m�o de obra. A Petrobras prop�s aumento de 7,68%, sendo 1,5% al�m da infla��o, oferecida em assembleia de trabalhadores.
“Queremos que a Petrobras tenha o controle da explora��o do Campo de Libra e contrate equipamentos e sondas de conte�do nacional, fortalecendo a ind�stria que gera empregos no Brasil”, disse Leopoldino Martins, tamb�m diretor da FUP. O ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, afirmou ontem que o leil�o est� mantido, apesar das manifesta��es dos petroleiros. "O leil�o est� posto e ser� realizado", disse, durante cerim�nia para divulga��o de balan�o do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).
No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que o investimento estimado pelo governo em Libra � US$ 181 bilh�es, em 35 anos, sendo US$ 80 bilh�es a partir de 2014. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, tamb�m descartou qualquer risco de adiamento do certame, com 11 participantes, acrescentando que haver� forte esquema de seguran�a. A pedido do governo do Rio, presidente Dilma Rousseff convocou ontem o Ex�rcito para garantir a realiza��o do leil�o.
“A greve atingiu seus objetivos, com a forte participa��o de petroleiros em todos os estados. Resta agora aguardar um retorno do governo e da Petrobras", disse Jo�o Ant�nio Moraes, coordenador-geral da FUP. Segundo a entidade, filiada � Central �nica dos Trabalhadores (CUT), foram paralisadas por completo 15 das 39 plataformas na Bacia de Campos (RJ) cujo pessoal aderiu. Esses locais respondem por 80% da produ��o de petr�leo e g�s da estatal. A greve contou tamb�m com manifesta��es p�blicas em diferentes cidades, apoiados por movimentos sociais.
No fim da tarde, petroleiros fizeram uma passeata pelo centro do Rio de Janeiro. A FUP informa que mais nove refinarias tiveram atividades afetadas pelo movimento, al�m de uma f�brica de fertilizantes, usinas termel�tricas e po�os de explora��o em terra. Em nota, a Petrobras informou ter tomado provid�ncias para garantir o abastecimento do mercado, sem "qualquer preju�zo d�s atividades da empresa", acrescentando que n�o emitiria opini�o sobre os motivos da greve. A estatal afirmou "estar aberta" a negocia��o.