Para aumentar a concorr�ncia nas pr�ximas licita��es, a exig�ncia de a Petrobras ser operadora �nica das �reas de petr�leo do pr�-sal deveria ser a primeira regra alterada do novo marco regulat�rio, testado nesta segunda-feira, pela primeira vez no leil�o da �rea de Libra, segundo o ex-diretor-geral da Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) David Zylbersztajn.
"Se voc� tirar o operador �nico, com participa��o m�nima, independentemente de ser partilha ou n�o, j� aumenta a competi��o, o que � bom", afirmou Zylbersztajn. "Esse modelo n�o leva a competi��o. Ou voc� cria uma situa��o de competi��o, ou vai ser sempre uma repeti��o do que aconteceu agora. Pode haver no m�ximo cinco (empresas), ent�o a disputa vai ficar internamente, entre quem vai formar o cons�rcio com a Petrobras", completou.
Segundo o ex-diretor-geral da ANP, para as demais companhias, "n�o faz sentido" concorrer contra a Petrobras. "A Petrobras � operadora e tem no m�nimo 30%. N�o faz sentido voc� ganhar em outro cons�rcio e ter que chamar a Petrobras para conversar, porque as suas contas podem n�o ser as mesmas. A Petrobras pode dizer que, com (um lance no leil�o de) 70% (de �leo-lucro), n�o tem condi��es de investir", disse.
A entrada das multinacionais Total (francesa) e Shell (anglo-holandesa) com peso equivalente ao das estatais chinesas CNOOC e CNPC foi a maior surpresa do leil�o, mas, na vis�o de Zylbersztajn, � dif�cil avaliar o modelo e Libra funcionar� como um "laborat�rio".
"Libra � um bom laborat�rio. A�, as circunst�ncias ser�o outras. Vamos saber como a PPSA funcionou, se foi mais ou menos intervencionista. A� voc� vai ter outro ambiente. J� temos pr�-sal em �rea de concess�o, tem esse pr�-sal sob partilha e temos que ver, daqui a dois anos, o que vai ter acontecido", afirmou Zylbersztajn.
Segundo Zylbersztajn, se as multinacionais Shell e Total entraram no cons�rcio, foi porque fizeram as contas e avaliaram que as vantagens superavam os riscos, como o desenvolvimento de tecnologias e os pesados investimentos. O maior dos riscos, por�m, � a "tutela estatal" e, sobre ele, ainda h� incertezas.