Com a forte defasagem entre os pre�os da gasolina e diesel vendidos no pa�s e os pre�os internacionais dos combust�veis, a Petrobras divulgou ontem � noite um lucro l�quido de R$ 3,395 bilh�es no terceiro trimestre, resultado 39% inferior ao lucro de R$ 5,567 bilh�es registrado no mesmo per�odo do ano passado. J� em rela��o ao resultado de abril a junho, quando a estatal registrou lucro l�quido de R$ 6,2 bilh�es, o tombo de julho a setembro foi de 45%. O resultado frustrou a expectativa do mercado. A m�dia das estimativas de especialistas era de um ganho de quase R$ 6 bilh�es para o terceiro trimestre.
Embora a Petrobras tenha aplicado uma s�rie de reajustes na gasolina e no diesel no per�odo, o balan�o continua a ser pressionado pela diferen�a entre os pre�os de venda no Brasil e o custo de importa��o dos combust�veis. O tema tem sido discutido pela diretoria da Petrobras e o governo brasileiro, controlador da petrol�fera, mas ainda n�o h� defini��o sobre quando e se um novo reajuste ser� anunciado.
O Ebitda, indicador que dimensiona a capacidade de gera��o de caixa da companhia, totalizou R$ 13,091 bilh�es no terceiro trimestre, recuo de 8,9% sobre igual per�odo de 2012. J� a receita l�quida atingiu o patamar recorde de R$ 77,7 bilh�es, superando a marca de R$ 73,793 bilh�es verificada de julho a setembro do ano pasado. A expans�o de 5,3% na receita trimestral � explicada principalmente pelos reajustes de combust�veis da Petrobras entre 2012 e o in�cio deste ano.
“A companhia usou a contabilidade criativa no trimestre anterior ao antecipar a receita de exporta��o de petr�leo, o que resultou em um lucro muito acima do esperado, e algumas estimativas previam at� mesmo preju�zo”, explicou o economista Felipe Chad, s�cio-diretor da DX Investimentos. O economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, lembrou que havia uma preocupa��o dos especialistas de que, al�m dessa antecipa��o de receita, a estatal contabilizasse o resultado da venda dos ativos no exterior. Segundo ele, ainda h� d�vidas se a empresa est� contabilizando esses valores da forma esperada, o que prejudica a avalia��o dos especialistas.
O valor das a��es da Petrobras ainda est� abaixo dos R$ 27 antes da capitaliza��o, em setembro de 2010. Ontem, por exemplo, fechou a R$ 18,49, com alta de 1,37%, mas ainda acumulando queda no ano de 1,60%. “Pelo que tenho percebido, os analistas ainda n�o recomendam o papel. A posi��o tem sido neutra para a maioria”, afirmou Velho.
Refinaria
Depois de oito anos de indefini��o sobre a participa��o da venezuelana PDVSA na refinaria Abreu e Lima (Rnest), a Petrobras jogou a toalha e anunciou que ficar� sozinha no projeto. O Conselho de Administra��o aprovou ontem a incorpora��o da unidade como subsidi�ria integral.