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Estado de Minas VAREJO

Mineiros ignoram a crise e devem gastar R$ 151,8 bilh�o este ano

Crescimento baixo e infla��o alta n�o se refletem na boca do caixa, onde os mineiros devem gastar R$ 151,8 bilh�o este ano, 12,2% mais que em 2012, de acordo com a Ibope Intelig�ncia


postado em 29/10/2013 06:00 / atualizado em 29/10/2013 07:34

Adiamento da redução do IPI para a linha branca ajudou a aquecer o consumo das famílias brasileiras(foto: Angelo Pettinati/Esp.EM/D.A Press)
Adiamento da redu��o do IPI para a linha branca ajudou a aquecer o consumo das fam�lias brasileiras (foto: Angelo Pettinati/Esp.EM/D.A Press)

Os gastos das fam�lias de Minas Gerais dever�o somar R$ 151,880 bilh�es neste ano, cifra 12,2% maior na compara��o com o bolo total do consumo no estado durante o ano passado (R$ 135,39 bilh�es). Os dados foram estimados pela empresa Ibope Intelig�ncia, especializada em pesquisa e consultoria em marketing, potencial de mercado e consumo. Ainda que descontada a infla��o de 2013, ser� um farto aumento, de 6,34%, considerando-se o �ndice oficial do custo de vida, o IPCA, que acumula varia��o de 5,86% no pa�s nos �ltimos 12 meses at� setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Com todo esse f�lego, a estimativa do consumo de 2013 parece desdenhar das taxas modestas de crescimento da economia brasileira projetadas pelos analistas do mercado financeiro, na casa dos 2%, e logo instiga a pergunta: de qual crise falamos no Brasil? O levantamento feito pelo Ibope Intelig�ncia mostra crescimento do potencial de consumo entre todas as classes de renda, principalmente aquelas que ascenderam socialmente nos �ltimos anos: a C, a D e a E. A alta da infla��o dos alimentos no primeiro semestre pressionou os gastos com alimenta��o dentro e fora dos domic�lios, que tendem a absorver R$ 36,130 bilh�es.

Outra parcela importante dos desembolsos em Minas ser� com autom�vel particular, de R$ 26,322 bilh�es. Os resultados no estado acompanham o movimento do consumo no Sudeste, onde as compras dever�o somar R$ 793 bilh�es em 2013, um acr�scimo de 15%, em termos nominais, frente a 2012, ainda com base na pesquisa do Ibope Intelig�ncia. A chave para entender os n�meros numa economia em desacelera��o est� no conjunto de tr�s ingredientes essenciais nessa an�lise: a manuten��o do n�vel do emprego, a eleva��o dos rendimentos da popula��o e o per�odo recente de expans�o do cr�dito no pa�s, alerta o economista F�bio Bentes, da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC).

“O consumo, sem d�vida, continua firme, embora a um ritmo descendente, com a infla��o mais alta. A boa not�cia � que os pre�os come�aram a ceder em rela��o ao primeiro semestre”, afirma. O IBGE divulgou no m�s passado uma taxa de desemprego de 5,4%, que caiu frente aos 6% de junho e ficou est�vel ante agosto e perante o mesmo m�s no ano passado. A renda real, descontada a infla��o, de R$ 1.908 subiu 1% em rela��o a agosto e 2,2% quando comparada a setembro de 2012. Vale lembrar que na mesmo linha de expans�o do potencial de consumo indicado pela pesquisa do Ibope, o Banco Central apurou em setembro gasto recorde dos brasileiros no exterior para o m�s analisado, de US$ 2,1 bilh�es em viagens.

Outro impulso dado ao consumo foi a prorroga��o, neste ano, do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que o governo adotou em 2012 para m�veis, autom�veis e eletrodom�sticos da linha branca (fog�es, geladeiras, m�quinas de lavar e tanquinhos). Essa combina��o de fatores foi mais veloz que o lado da economia sacrificado pela crise e os efeitos da turbul�ncia mundial at� agora, a ind�stria, as empresas prestadoras de servi�os e os exportadores. A rigor, o pa�s continua a crescer, mas perde ritmo e h� diferentes n�veis de desempenho econ�mico, observa Alex Agostini, economista-chefe da empresa de classifica��o de risco Austin Rating.

A ind�stria brasileira, que tanto reclama da falta de oportunidades para investir e, assim, aumentar a oferta de produtos e a gera��o de empregos, enfrentou queda da produ��o de 1,2% em agosto. Em Minas, a perda foi de 4,5%, com base em levantamento do IBGE. “N�o fosse o emprego e a renda, que, por sua vez, ajudaram bastante no mercado de cr�dito, j� ter�amos um grande problema para o crescimento no Brasil”, afirma Alex Agostini.

CONCORR�NCIA
A prud�ncia diante da infla��o tamb�m contribuiu para que a popula��o continuasse a consumir e a permitir expans�o das vendas do com�rcio, que foi de 3,8% acima da varia��o do custo de vida de janeiro a agosto, reconhece o economista F�bio Bentes, da CNC. � a t�tica usada pela dom�stica Elza Nunes, de 43 anos, que passou a adquirir produtos das boas marcas que gosta, mas sem medo de experimentar novidades, comportamento essencial para alimentar a concorr�ncia no varejo.

“No supermercado, procuro as ofertas e espero a hora certa para comprar”, ensina Elza. O seguran�a Ant�nio C�sar de Figueiredo, de 52 anos, diz que gosta de uma pechincha, mas � totalmente infiel a marcas. Sem gastar muito com palavras, vai direto ao ponto: “Compro o que est� mais em conta. Prefiro produtos que t�m os melhores pre�os”.

Figueiredo, que est� � procura de um celular para o filho Philipe, de 13 anos, diz que avalia as ofertas, faz pesquisa de pre�o e d� prefer�ncia ao menor valor que encontra no mercado, aliado tamb�m � chance de fazer boas presta��es. O motorista Marcelo Belis�rio, 56, � o respons�vel por fazer as compras para a fam�lia, que inclui a mulher e dois filhos adultos. No supermercado, n�o se rende a tenta��es. Busca promo��es e, na sua escolha, ganha quem tem pre�o melhor. “Leio o r�tulo para saber se os ingredientes s�o os mesmos e escolho aquele produto com melhor pre�o”.


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