
Mesmo sem uma garantia de reajuste dos pre�os dos combust�veis este ano para estancar a sangria do seu caixa, afetado pela pol�tica de combate � infla��o, a diretoria da Petrobras conseguiu dobrar o pessimismo de investidores, ao propor ao seu controlador, a Uni�o, nova metodologia de pre�os. � espera do sinal verde do conselho de administra��o, o c�lculo n�o ajustar� tabelas t�o cedo, mas dar� previsibilidade de receitas, explicou o diretor financeiro Almir Barbassa, informando que a companhia j� iniciou simula��es. “Ser� um ajuste peri�dico e autom�tico, sem precisar voltar � diretoria para ser aprovado”, acrescentou.
A simples not�cia da proposta levou as a��es da estatal a disparar logo na abertura dos neg�cios de ontem na Bolsa de Valores de S�o Paulo (BM&FBovespa), alcan�ando rapidamente 8% de alta, mesmo ap�s a divulga��o de um resultado trimestral frustrante. No fim do dia, os pap�is preferenciais (PN) subiram 7,57% e os ordin�rios, 9,82%. O resultado puxou o �ndice geral da Bovespa, que encerrou em alta de 1,7%, aos 55.073,37 pontos. Para analistas, um gatilho de reajustes descolaria a empresa do risco pol�tico.
Segundo Barbassa, a nova metodologia seria uma exig�ncia da eleva��o do n�vel de endividamento da Petrobras em rela��o ao patrim�nio l�quido, que chegou a 36% no terceiro trimestre. “J� ultrapassamos o n�vel compat�vel com nosso plano de investimentos (35%)”, disse. “O conselho pediu avalia��es adicionais sobre essa metodologia, que re�ne v�rios par�metros importantes”, lembrou. Entre os itens que podem ser considerados est�o oscila��es a cada espa�o de tempo.
RECEITA NOVA Na sexta-feira, logo ap�s a divulga��o do resultado trimestral, o comando da Petrobras apresentou aos s�cios nova f�rmula para alinhar os pre�os internos do diesel e da gasolina em rela��o ao mercado internacional, visando dar previsibilidade �s suas receitas. Atualmente, s� querosene de avia��o (QAV) e nafta t�m paridade com pre�os externos. O conselho de administra��o, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem at� 22 de novembro para analisar e se posicionar sobre a proposta.
A expectativa � de que a reuni�o marcada para essa data confirme o pleito. Mas tamb�m n�o est� descartado um encontro antecipado, em car�ter extraordin�rio. Em comunicado, a presidente da estatal, Gra�a Foster, lembrou que os quatro reajustes do diesel e dois da gasolina realizados nos �ltimos 16 meses, somando 21,9% e 14,9%, respectivamente, foram parcialmente anulados pela alta do d�lar a partir de maio, chegando a 22%. Segundo ela, a gasolina est� defasada em 6,5% e o diesel, em 19%.
A Petrobras encerrou o terceiro trimestre com lucro l�quido de R$ 3,39 bilh�es, um recuo de 39% sobre o lucro de R$ 5,57 bilh�es em igual per�odo de 2012. Em rela��o ao segundo trimestre, o tombo foi maior: 45,3%. Gra�a atribuiu a piora do resultado justamente ao avan�o da defasagem de pre�os.
Enquanto isso...
...caixa pertado
C�lculos da consultoria Econom�tica divulgados ontem estimam que o caixa da Petrobras fechou o terceiro trimestre em R$ 57,89 bilh�es, valor muito pr�ximo ao apurado no �ltimo trimestre de 2010, de R$ 56,34 bilh�es. Al�m dos pesados compromissos mensais exigidos pelo seu plano de neg�cios, a estatal ter� de desembolsar R$ 6 bilh�es no fim de novembro, referentes � sua parte no b�nus de assinatura pelo leil�o de Libra, cerca de 10% do caixa.