Na disputa interna aberta no governo em torno da dimens�o e da forma do reajuste do pre�o da gasolina, a presidente da Petrobr�s, Gra�a Foster, ganhou o embate com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A presidente Dilma Rousseff avalizou a concess�o de um "gatilho" para reajustar os pre�os dos derivados de petr�leo, "duas ou tr�s vezes por ano", e garantir "previsibilidade" aos planos de neg�cios da Petrobr�s, informou ao Estado um auxiliar presidencial.
Gra�a defendia exatamente um mecanismo que desse previsibilidade �s corre��es da gasolina e do diesel, mas Mantega resistia. Tanto � que, na quarta-feira, ocorreu um curto-circuito: a presidente da Petrobr�s divulgou um fato relevante explicando em linhas gerais o novo mecanismo de pre�os, e o ministro disse que a medida ainda estava em estudo e n�o poderia ser feita "de afogadilho".
A medida aprovada por Dilma, segundo o Pal�cio do Planalto, ser� calibrada em detalhe para tentar n�o pressionar a infla��o, ainda a principal preocupa��o macroecon�mica da presidente. Objetivo declarado do governo at� aqui, a manuten��o dos �ndices de infla��o abaixo daqueles registrados no ano passado, � um ponto de honra para Dilma.
Embora considere "excelente" o resultado obtido por Gra�a na petroleira, Dilma tamb�m decidiu que o "gatilho" n�o ser� exatamente como quer a Petrobr�s, atrelado a cota��es internacionais do petr�leo e a f�rmulas complexas de indexa��o a produtos no exterior.
O Pa�s n�o pode, segundo a avalia��o do Pal�cio do Planalto, "importar" infla��o derivada da flutua��o das cota��es e da instabilidade t�picas do mercado de petr�leo. O uso do c�mbio como indexador dos pre�os internos tamb�m � considerado potencialmente perigoso pelo governo. A ideia � que o efeito das oscila��es do petr�leo e do d�lar sejam calibrados.
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