A explora��o do prospecto de Libra custar� US$ 400 bilh�es ao longo dos 35 anos do contrato de partilha, incluindo o b�nus de assinatura de R$ 15 bilh�es, que dever� ser pago no dia 19, de acordo com o que anunciou nesta ter�a-feira, 5, a Ag�ncia Nacional de Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP). Por esse c�lculo, a Petrobras, l�der do cons�rcio vencedor do leil�o realizado em outubro, teria de arcar com 40% do total ou US$ 160 bilh�es. O contrato de partilha ser� assinado entre 10 e 17 de dezembro.
Os valores foram estimados em estudo da IHS, maior consultoria internacional do setor. Em outro relat�rio, a consultoria estima em 11,8% a taxa interna de retorno (TIR) do projeto, assegurando 77,5% dos recursos gerados para a Uni�o. A maior parte dos US$ 400 bilh�es � custo operacional (opex), pois o investimento em capital (capex) exigir� cerca de US$ 100 bilh�es. Ao longo dos anos, o pico de investimentos em capital seria 2019, para quando est� prevista a extra��o do primeiro �leo de Libra, com cerca de US$ 18 bilh�es. O primeiro ano de investimento relevante seria 2016, com cerca de US$ 4 bilh�es.
As proje��es j� incluem o "custo-Brasil", exig�ncias de conte�do local e infla��o relativamente pressionada. Os valores da IHS s�o bem superiores aos da ANP, que projeta custo total de R$ 200 bilh�es, 25% do estimado pela consultoria. O investimento m�nimo fixado pela ANP na fase de explora��o � de R$ 610,9 milh�es.
O estudo da IHS foi distribu�do a um conjunto de clientes, antes do leil�o de Libra, e ressalta que o valor � elevado demais para um projeto sobre o qual as empresas privadas t�m pouca influ�ncia. "Para uma companhia com a��es negociadas em Bolsa � muito dif�cil justificar um investimento t�o grande", diz uma apresenta��o do estudo, produzida por consultores da IHS baseados no Rio. O relat�rio exp�e os riscos, para investidores, do modelo de partilha da produ��o e das exig�ncias de conte�do local.
A partir dos dados levantados pela equipe brasileira, a �rea de an�lise macroecon�mica da IHS, sediada nos Estados Unidos, elaborou um relat�rio incluindo diversas vari�veis, como pre�o do petr�leo, c�mbio, infla��o e crescimento. A reportagem teve acesso aos principais dados do relat�rio.
Segundo o documento, caso o leil�o fosse decidido com o lance m�nimo, com oferta de 41,65% de �leo lucro para a Uni�o - o que de fato ocorreu, com o cons�rcio formado por Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as estatais chinesas CNPC e CNOOC -, a TIR do cons�rcio explorador de Libra seria 11,8%, considerando o pre�o m�dio do barril de petr�leo a US$ 80,00.
Tamb�m nesse quadro, o "government take", ou quanto o governo fica com a renda gerada pela explora��o (incluindo a partilha, royalties, impostos etc.), seria de 71,3%. A renda destinada � Uni�o ("State take") sobe para 77,5%, pois considera os dividendos da Petrobras. Simula��es apontam que seria poss�vel a Uni�o obter o mesmo patamar de renda com o modelo de concess�o.
Para o consultor John Forman, ex-diretor da ANP, a fase explorat�ria � mais cr�tica. "O desafio atual � medir as reservas, ou medir o volume recuper�vel necess�rio para justificar os investimentos", diz Forman. Por isso, no momento a incerteza ainda � muito grande. Falta definir n�meros de po�os a serem perfurados, quantidade de plataformas, dist�ncia entre po�os, entre outras vari�veis. Conforme uma fonte ouvida pela reportagem, uma das principais incertezas em rela��o ao investimento necess�rio, seja em capital, seja na opera��o, � a produtividade dos po�os do pr�-sal, ainda pouco conhecida, mas que determinar� a quantidade a ser perfurada.
No cen�rio de US$ 400 bilh�es de investimentos, o estudo da IHS considera a perfura��o de 144 po�os, com a recupera��o m�dia de 55 milh�es de barris por po�o, apontando para reservas totais de 7,5 bilh�es de barris. Seriam usadas 13 plataformas flutuantes (FPSOs). Se a produtividade dos po�os for inferior, por�m, seria preciso perfurar mais, elevando tanto o custo de opera��o (com mais perfura��es) quanto os investimentos em capital (com mais plataformas).