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Estado de Minas

Carne aperta o custo de vida no pa�s

Entressafra estendida pressionou o indicador, que fechou outubro em 0,57%. Em BH, item subiu 2,39% em um m�s e tend�ncia � de novas altas, em fun��o da demanda ampliada no fim do ano


postado em 08/11/2013 06:00 / atualizado em 08/11/2013 07:45

Antônio Vianna, gerente do Frigorífico Frial, diz que a tendência é de mais alta nos preços até o fim do ano(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Ant�nio Vianna, gerente do Frigor�fico Frial, diz que a tend�ncia � de mais alta nos pre�os at� o fim do ano (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A infla��o oficial do pa�s, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) e divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), variou 0,57% em outubro, ante os 35% registrados em setembro. Em Belo Horizonte, o �ndice fechou o m�s passado com alta de 0,42%, tamb�m acima do 0,30% de setembro. Com a alta, o acumulado em 12 meses ficou em 5,84% no pa�s e 5,50% em BH, acima do centro da meta inflacion�ria do governo, de 4,5%, mas ainda dentro do limite aceit�vel de at� 6,5%. Tanto no pa�s quanto na capital mineira, o ranking dos principais impactos foi liderado pelo item carnes, que aumentou 3,17% e 2,39%, respectivamente. Entre as principais justificativas, entressafra longa, altos custos de produ��o e seca no pasto, que resultaram numa oferta menor de animais para abatedouros e frigor�ficos.

No pa�s, a alta de 1,03% no grupo alimentos respondeu por quase metade da infla��o de outubro. Al�m do frango inteiro, que teve alta de 3,44%, do frango em peda�os, que subiu 2,48%, e das carnes industrializadas, 2,23% mais caras, outros alimentos importantes na mesa do consumidor subiram. O tomate ficou 18,65% mais caro, a farinha de trigo, 3,75%, e as frutas 2%. Os transportes, com varia��o de 0,17%, tamb�m pressionaram o �ndice.

Em Minas, o grupo alimenta��o e bebidas passou de 0,17% em setembro para 0,93% em outubro. O subgrupo alimenta��o no domic�lio variou 0,94%, enquanto alimenta��o fora do domic�lio aumentou 0,90%. Entre os 15 subitens de maior peso na alimenta��o no domic�lio, 12 ficaram mais caros e tr�s mais baratos. A alcatra subiu 3,30%, carne de porco 1,13% e o frango inteiro 2,43%. O tomate voltou a assustar com alta de 14,09% e o quiabo 21,27%. Entre os alimentos que registraram queda est�o a cenoura (-15,11%), a cebola (-13,77%) e o feij�o carioca (-10,05%).

Segundo pesquisa do site Mercado Mineiro, coxa e sobrecocoxa de frango subiram 15,74% em Belo Horizonte entre outubro de 2012 e o m�s passado, com o quilo passando de R$ 4,53 para R$ 5,17. O pre�o m�dio do quilo de contra-fil� saltou de R$ 18,33 para R$ 19,03 no mesmo per�odo, alta de 3,82%. J� o lombo inteiro apresentou a segunda maior eleva��o (14,73%) em um ano, com pre�o passando de R$ 11,68 para R$ 13,40. O vestu�rio tamb�m apimentou o IPCA em BH. Com destaque para roupas femininas, com aumento de 1,70%, roupa infantil, 1,26% e joias e bijuterias com 1,23%.

De acordo com o analista do IBGE em Minas, Antonio Braz, embora dos grupos alimentos e vestu�rio pressionem a infla��o, esse movimento n�o pode ser considerado anormal para o per�odo. “O vestu�rio sente os reflexos da troca de esta��es e do fato de os lojistas trocarem seus estoques com vistas ao Natal”, comenta. No caso da alimenta��o, os resultados dependem do clima. “A alta j� era esperada, conforme mostra o dado hist�rico (veja quadro). A carne sempre sobe nesta �poca do ano”, acrescenta.

ESTIAGEM


A coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso, explica que fatores isolados justificam a alta nos pre�os dos alimentos. No caso dos cortes bovinos, o principal problema, segundo ela, foi a escassez na pastagem, que resultou na menor oferta para abate. “At� dezembro � esperado que os abates fiquem suprimidos, fazendo com que o pre�o da arroba pago ao produtor se sustente em patamares altos e, com isso, o consumidor tamb�m paga mais”, afirma.

J� a alta sentida nos cortes su�nos e de aves, segundo Aline, pode ser explicada pelo alto custo de produ��o. “No caso dos su�nos, houve abate maior das matrizes em 2012, o que se refletiu numa oferta menor este ano. Al�m disso, houve aumento das exporta��es da carne in natura, o que tamb�m influenciou os valores internos”, comenta. “As aves repetem a situa��o dos su�nos com rela��o aos custos e exporta��es e, al�m disso, elas ser�o muito demandadas de agora at� o Natal, o que pode fazer com que os pre�os permane�am em alta”, refor�a.

Consumidor pesquisa e varia mais o card�pio


Para o médico Sérgio Gonçalves, o frango ainda é alternativa barata para substituir a carne bovina (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Para o m�dico S�rgio Gon�alves, o frango ainda � alternativa barata para substituir a carne bovina (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Na ponta final da cadeia, os consumidores sentem o efeito da alta de pre�os no dia a dia. O m�dico S�rgio Gon�alves de Oliveira, que compra carnes semanalmente e busca sempre o melhor pre�o, conta que o principal aumento foi sentido nos cortes nobres, como fil�-mignon e alcatra. “O fil� de frango tamb�m aumentou, mas ainda assim � mais barato e pode ser alternativa para substituir a carne, assim como o peixe”, diz. Entre os motivos que levam os a�ougues a cobrar mais, ele aponta a chegada do Natal. “Deve haver uma reserva de mercado para esta �poca do ano”, sugere.

No A�ougue Frial, que fica no Mercado Central, o gerente Ant�nio Drummond Vianna admite alta nos pre�os, principalmente nos cortes su�nos, que nos dois �ltimos meses subiram cerca de 30%. “ O lombo, que eu vendia h� pouco tempo por R$ 14,90, j� est� a R$ 17,90 o quilo. Ou seja, o mesmo pre�o do Natal do ano passado. Como at� l� ainda teremos altas, a tend�ncia � que o consumidor pague mais por essas carnes nas festas de fim de ano”, garante. Os cortes bovinos e de aves, segundo a percep��o dele, seguem com pre�os estabilizados. O quilo da picanha e o do fil�-mignon s�o vendidos a R$ 29,90 no estabelecimento e o peito de frango a R$ 7,90.

O diretor-executivo do site de pesquisas Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, lembra que o per�odo de entressafra, que se estende desde julho, e o aumento de consumo de agora at� o fim do ano devem mesmo elevar ainda mais os pre�os, exigindo pesquisa por parte dos consumidores. “Desde julho estamos sentindo alta no pre�o das carnes. Al�m dos fatores inerentes ao custo de produ��o, o aumento da exporta��o deixa os itens mais caros no mercado interno. Se o consumidor local quiser a carne, ter� que pagar o pre�o que o mercado externo paga. Assim, com o d�lar caro, o produto tamb�m fica caro por aqui”, explica.

D�lar avan�a 
com resultado dos EUA

Com a segunda maior desvaloriza��o entre moedas de 24 pa�ses emergentes desde 30 de outubro, o real perdeu ainda mais for�a ontem diante do d�lar, que fechou acima de R$ 2,30 pela primeira vez em dois meses, com alta de 1,02%. Embora a divisa norte-americana tenha se valorizado perante quase todas as moedas do mundo por conta do crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) americano no terceiro trimestre — �ndice que surpreendeu o mercado —, os p�ssimos dados fiscais brasileiros colocaram o real na vice-lideran�a entre as maiores perdas em uma semana.

A moeda do Brasil s� n�o est� em primeiro lugar na lista porque, ontem, o Banco Nacional da Rep�blica Tcheca come�ou a intervir nos mercados de c�mbio para enfraquecer a coroa, visando uma taxa mais baixa como parte de sua batalha para evitar a defla��o. “Praticamente todas as divisas apresentam perdas ante o d�lar de 30 de outubro at� hoje (ontem), pois na �ltima semana houve alguns fatos novos nos EUA que fizeram os analistas recolocarem no jogo a hip�tese da redu��o dos est�mulos antes de mar�o. Por�m, o impacto foi maior no caso do real, pois coincidiu com os p�ssimos resultados fiscais”, comentou o analista da Tend�ncias Consultoria Silvio Campos.

Para o economista da Canepa Asset Management Alexandre P�voa, o mercado est� inseguro e qualquer movimento mais forte dos EUA contamina o mundo todo. “O PIB de 2,8% derrubou bolsas em todo o planeta. O Brasil est� bem atr�s porque tem infla��o alta e crescimento baixo h� dois anos. E o lado fiscal desandou. Por isso, quando o mundo vai bem, o Brasil melhora menos, e quando vai mal, o pa�s piora mais”, pontuou, alertando que � a na��o com menor atratividade dentre os emergentes na atualidade.


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