
A s�cia-diretora do Ateli� de Pesquisa Organizacional e da ComSenso – Ag�ncia de Estudos do Comportamento, Suzy Cortoni, afirma que o dinheiro foi o aspecto que menos surpreendeu no levantamento. “Hoje, ningu�m tem mais vergonha de dizer que trabalha por dinheiro ou que n�o est� satisfeito com o que ganha. Isso n�o era bem aceito antes”, comenta. Ainda de acordo com ela, essa � uma tend�ncia dos tempos modernos e das novas gera��es, que mudaram a vis�o sobre a rela��o com o trabalho. “As quest�es financeiras est�o vindo em primeiro lugar. � o que voc� tem e o que voc� ainda pode ter”, relata.
Os consultores de carreira, no entanto, alertam que o sal�rio est� longe de ser o �nico elemento a influenciar a satisfa��o dos profissionais. Em rela��o a isso, a pesquisa aponta que o clima interno � um ponto positivo e que, caso n�o haja bom relacionamento dentro da empresa, o esfor�o pelo dinheiro duraria pouco tempo. Para 45% dos entrevistados, oportunidade de crescimento tamb�m � importante. E 44% disseram que precisam se sentir realizados.
A presidente da Dasein Executive Search, Adriana Prates, empresa especializada em recrutamento de executivos, acredita que os mais jovens colocam em primeiro lugar quest�es como qualidade de vida e flexibiliza��o de hor�rios, para depois pensar em sal�rio. Os mais experientes buscam primeiro empresas que t�m os mesmos valores que eles, como �tica, bom ambiente de trabalho e oportunidade de crescimento, para depois pensar no dinheiro. “Colocar o sal�rio em primeiro lugar vem na contram�o do que � visto hoje na maioria das empresas”, explica.
O consultor corporativo e neurocientista do Instituto Brasileiro de Gest�o Avan�ada (IBGA), Aguilar Pinheiro, argumenta que n�o adianta ter um sal�rio elevado, se n�o h� condi��es favor�veis de trabalho. “Existem outros fatores que levam � felicidade que s�o discutidos dentro de uma empresa. Quando esses dados s�o trabalhados de forma conjunta, a situa��o financeira nunca vem em primeiro lugar”, ressalta.
Outro dado relevante da pesquisa diz sobre a felicidade no trabalho. Dos entrevistados, 25% se sentem muito felizes e 54% se consideram felizes no emprego, enquanto 5% dizem ser infelizes. O estudo aponta ainda que as mulheres s�o mais felizes que os homens, 55% contra 53%. Na mesma linha, os gestores s�o mais felizes do que quem n�o ocupa cargo de lideran�a (80% contra 76%). No total, 79% dos entrevistados est�o satisfeitos com a pr�pria carreira. Ainda segundo o levantamento, disputas internas, press�o e n�o ter tempo para cuidar de assuntos pessoais s�o os fatores que mais levam � infelicidade no trabalho.