O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse, nesta sexta-feira, 8, que a ind�stria brasileira perdeu competitividade ap�s longos ciclos de aprecia��o cambial. Ele lembrou que a participa��o da ind�stria no PIB caiu de 25% a 26%, no final do s�culo passado, para 13% a 14% atualmente.
"Ap�s dois per�odos longos de aprecia��o cambial, o primeiro de 1994 a 2000, provocado pela pol�tica de paridade e com juro l� em cima, e depois de 2005 a 2011, com a melhora extraordin�ria dos pre�os de commodities, com uma pol�tica tamb�m de valoriza��o do real e com economia crescendo, a percep��o n�o foi clara dos impactos na ind�stria", explicou. Coutinho participou de confer�ncia promovida pelo Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos Socioecon�micos (Dieese).
Coutinho afirmou que � preciso lutar para recuperar a capacidade competitiva da ind�stria e disse ser necess�ria uma pol�tica industrial de longo prazo, independentemente de problemas conjunturais, como a varia��o cambial. O presidente do BNDES pediu que o trabalhador defenda uma melhora competitiva da ind�stria com preserva��o de emprego e admitiu: "Sem fazer qualquer ju�zo de valor, � da natureza do capitalista sacrificar empregos em busca da rentabilidade".
Para ele, "felizmente a tend�ncia da taxa de c�mbio daqui para a frente ser� de deprecia��o do real", diante do cen�rio de redu��o na liquidez e aumento nos juros do mercado norte-americano. Coutinho lembrou que no passado recente se desgastou dentro do governo, quando a taxa de c�mbio estava em R$ 1,60, mas que "medidas ousadas", como taxa��o com IOF de importados, foram tomadas, o que trouxe o d�lar para em torno de R$ 2.
O presidente do BNDES citou o novo ciclo de volatilidade cambial recente no Pa�s e admitiu que as d�vidas em rela��o ao desempenho fiscal do Brasil, aliadas ao crescimento dos EUA no trimestre passado, v�m puxando o d�lar desde a semana passada. "Toda vez que a economia norte-americana mostra sinal de vitalidade, o mercado reage e precifica subida", disse. Coutinho estimou que a press�o "nos pr�ximos dois anos pelo menos" ser� pela deprecia��o do real e que "o desafio do governo para controlar a infla��o � grave" nesse cen�rio.