
A febre dos celulares sofreu um rev�s no Brasil. Com a renda comprometida pelas d�vidas e a infla��o apertando o or�amento dom�stico, os brasileiros resolveram dar uma tr�gua na fissura por aparelhos e chips. Segundo dados da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), o total de linhas de telefonia m�vel no pa�s voltou a diminuir, depois de mais de sete anos. Embora o Brasil sustente a m�dia de mais de um celular por pessoa – s�o 135,28 acessos por cada 100 habitantes –, a trajet�ria ascendente que durava 86 meses acabou interrompida em setembro, quando o n�mero de linhas m�veis caiu para 268.266.822, ou 173,6 mil a menos frente a agosto. A �ltima vez em que o balan�o da Anatel apresentou queda havia sido em junho de 2006.
Ap�s as agressivas estrat�gias de vendas das empresas para popularizar os chips, sobretudo os pr�-pagos, “o sistema chegou � exaust�o”, acredita Andr� Braz, economista da Funda��o Getulio Vargas (FGV). “Pode ser que n�o seja algo definitivo, mas parece �bvio que j� passamos pelo boom repentino da telefonia m�vel no Brasil”, comenta.
Os saltos no total de acessos m�veis observados nos �ltimos anos ficaram para tr�s, refor�a o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. “N�o existe margem para a base de celulares continuar crescendo no mesmo ritmo. H� uma clara satura��o”, sustenta ele, que acrescenta a “limpeza” na carteira de clientes de planos pr�-pagos como justificativa para o recuo.
A Anatel diz que as prestadoras intensificaram o corte de inativos na base de assinantes para evitar “incha�os artificiais” nos balan�os de fim do ano. Na avalia��o da ag�ncia, a variedade de planos no mercado tem potencializado a migra��o de clientes da modalidade pr�-pago para p�s-pago, for�ando uma redu��o de chips por pessoa. O estudante Frederico Queiroz n�o abandonou o aparelho, mas planeja a sua segunda troca de operadora. Ele, como boa parte dos clientes, reclama dos pre�os e do sinal. “Do jeito que est�, o celular n�o tem me atendido t�o bem”, resume.
QUEDAS De agosto para setembro, a TIM registrou queda de 31,7 mil chips. A companhia informou que o resultado j� era esperado, “pois o mercado de telefonia do Brasil � um dos mais competitivos e possivelmente um dos mais saturados no mundo”. Em nota, a empresa ainda afirma ter aumentado os investimentos em 52,3% no ano.
A Telef�nica Vivo tamb�m perdeu linhas, segundo a Anatel. A companhia justificou o recuo informando que “alterou progressivamente os par�metros para contabilizar como inativos os clientes pr�-pagos”. E acrescentou que o objetivo � oferecer ao mercado “dados mais transparentes e condizentes com a realidade”. A Claro ressaltou que, em setembro, houve ingresso de mais de 321 mil linhas. A Oi, por sua vez, teve baixa de cerca de 35,5 mil.