
Embora o pa�s seja um grande reaproveitador desse pl�stico resistente, a cada mil embalagens usadas, quatrocentas ainda viram lixo, de acordo com os �ltimos n�meros da Associa��o Brasileira da Ind�stria do PET (Abipet). O resultado � que o quilo do produto no mercado atinge pre�os recordes e amea�a a sustentabilidade dos neg�cios, que no pa�s giram por ano perto de R$ 1,7 bilh�o. O quilo da embalagem prensada chega a R$ 2,20, valoriza��o de mais de 30% nos �ltimos 12 meses.
Entre 2010 e 2012 o faturamento da ind�stria do PET avan�ou 40% e aqueceu a busca pelo material. Desde o catador que est� na ponta da cadeia, passando pelos atravessadores at� a grande ind�stria a disputa � generalizada e em tempos de escassez o produto novo chega a custar menos que o reciclado. Edson Freitas, presidente da Associa��o Brasileira da Cadeia de Sustentabilidade Ambiental do PET (Abrepet), que come�ou no mercado como catador de materiais recicl�veis e agora � propriet�rio da ind�stria Brasil Pet, explica que enquanto o quilo da resina nova pode ser encontrado por R$ 3,80 o pre�o do quilo do produto reciclado ultrapassa R$ 4. Uma das solu��es apontadas seria ampliar a coleta seletiva, que hoje representa em m�dia, apenas 3% do total do lixo gerado no pa�s.
Custo Giovanni Tonani, s�cio- propriet�rio da Ciclept, ind�stria de reciclagem de pl�sticos que h� 10 anos funciona em Bom Despacho, no Centro-Oeste do estado, diz n�o se lembrar de ter pago valores t�o altos pela mat�ria-prima. Ele compra o produto de fornecedores j� tradicionais e tamb�m dos micro-clientes, como fam�lias, que re�nem o material em casa e levam pequenas quantidades para serem vendidas na sua usina. Em tempos de guerra pelo produto nem mesmo uma garrafa passa batido. “Antes a mat�ria-prima representava 65% do nosso custo de produ��o, agora pode atingir 80%”, calcula o empres�rio.
A capacidade da Ciclepet � para operar 250 toneladas/m�s do pl�stico, mas atualmente a ind�stria segue a m�dia nacional e trabalha com 30% de sua capacidade ociosa. Apesar da escalada dos pre�os, Tonani � otimista com o mercado. Sem entrar em detalhes, ele adianta que em breve a empresa vai lan�ar um projeto de inova��o para o setor.
Enquanto a coleta seletiva n�o deslancha no pa�s e recheia os aterros com tesouros de pl�stico, Mara Fr�is, s�cia-propriet�ria da Green Pet, ind�stria de beneficiamento que lava, m�i e seca o pl�stico transformando em flocos e flakes revendidos para ind�strias de S�o Paulo, principalmente, diz que a utiliza��o do produto � infinita, de vassouras a partes de autom�veis e eletrodom�sticos. “Por que hoje as fam�lias compram edredom barato? Porque a roupa de cama � feita de PET”, explica. Segundo ela, as possibilidades para o mercado s�o exponenciais mas o setor cresceu e esbarra em quest�es estruturais graves. “Al�m da mat�ria-prima, a carga tribut�ria � imensa e n�o temos m�o de obra”, explica. Essa semana Mara embarca para os Estados Unidos de onde vai importar 350 toneladas do material. “Apesar do d�lar est� alto, eu estou viajando para importar PET, por incr�vel que pare�a.”