A presidente Dilma Rousseff est� preocupada com o risco de rebaixamento da nota brasileira de cr�dito e seus impactos pol�ticos, por isso iniciou uma maratona para construir fatos positivos na �rea econ�mica.
Como parte desse pacote, ela ordenou � equipe econ�mica que o n�mero do super�vit prim�rio at� o fim de seu mandato seja “alcan��vel e fact�vel”, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. A regra ser� aplicada tanto na revis�o or�ament�ria do �ltimo bimestre deste ano quanto na previs�o para o ano que vem.
O super�vit prim�rio � visto por investidores como um term�metro da seriedade do governo em rela��o aos gastos p�blicos. Quanto maior o super�vit, menor seria a propens�o ao aumento de despesas. Nos �ltimos anos, por�m, o excesso de otimismo demonstrado pela equipe econ�mica do governo acabou n�o se concretizando e os n�meros tiveram de ser sempre revisados para baixo.
A ag�ncia de classifica��o de risco Standard & Poor’s anunciou neste ano que poderia revisar para baixo a nota de cr�dito do Pa�s, o que elevaria o custo da venda de t�tulos da d�vida p�blica no mercado, al�m de afugentar investidores que buscam ativos mais seguros.
Gasolina
Equacionar o reajuste do combust�vel � outro n� que o Planalto considera que precisa ser desatado rapidamente, para n�o passar a impress�o a investidores estrangeiros de que a Petrobr�s est� perdendo competitividade. Nos �ltimos anos, investidores criticam a pol�tica de pre�os da estatal, porque o congelamento da gasolina reduz as receitas da Petrobr�s, ao mesmo tempo em que mant�m artificialmente baixa a infla��o.
Na avalia��o do Planalto, o mercado precisa ser convencido de que as diretrizes da empresa n�o s�o estabelecidas para servir apenas a interesses governamentais.
Rating
O pacto de austeridade com o Congresso, firmado na ter�a-feira, 19, j� � um dos primeiros atos desse esfor�o concentrado para evitar que o Pa�s perca pontos na avalia��o de sua capacidade de pagamento. Al�m do rebaixamento da nota, que pode causar preju�zos pol�ticos na avalia��o da presidente especialmente em ano eleitoral, o que o governo mais teme � amargar um “vi�s de baixa” na nota.
Isso mostraria ao mercado uma trajet�ria de deteriora��o das contas p�blicas justamente quando a economia internacional est� inst�vel.
Preocupa a presidente Dilma o fato de que o mau desempenho econ�mico da �ndia, que corre o risco de ter a nota rebaixada, possa contaminar a percep��o do mercado sobre a confiabilidade dos Brics em geral.
Super�vit
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, membros da junta or�ament�ria, se reuniram na ter�a-feira, 19, e discutiram o tema. A expectativa presidencial � de que as metas n�o sejam nem muito baixas, a ponto de espalhar pessimismo, nem superestimadas, a ponto de, mais uma vez, n�o convencer o mercado. A ordem geral � n�o cair em descr�dito.
Ap�s reuni�es com o conselho pol�tico - formado por l�deres da base e presidentes da C�mara e do Senado - para convencer os aliados a n�o votar projetos que tenham impacto nas contas do governo, Dilma Rousseff est� apostando na “in�rcia” da Casa. Acredita-se que � muito mais dif�cil convencer os governistas a aprovar um pleito do Planalto do que conseguir que eles simplesmente n�o deliberem sobre determinada mat�ria. Especialmente em casos complicados como a “bomba fiscal” da PEC 300, projeto de emenda constitucional que fixa um piso nacional para policiais e bombeiros, que geraria um impacto de mais de R$ 40 bilh�es nas contas p�blicas.