Apesar da desacelera��o na alta do grupo Alimenta��o (de 0,99% para 0,95%) entre a segunda e a terceira leituras de novembro, a infla��o medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Funda��o Getulio Vargas (FGV) ficou ainda mais espalhada no per�odo. De acordo com o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, o indicador de difus�o chegou ao n�vel de 71 76% na terceira quadrissemana (�ltimos 30 dias encerrados na sexta-feira, 22), voltando a atingir novo patamar hist�rico de alta. O n�mero � o maior desde a �ltima medi��o de janeiro deste ano, quando ficou em 73,53%.
"O curioso � que a alta do grupo Alimenta��o, que tem o maior n�mero de itens, diminuiu. Mesmo assim, o �ndice de difus�o acelerou. Em janeiro, realmente o grupo aumentou o ritmo de eleva��o (para 2,18%). Tem uma press�o realmente generalizada de alta dos pre�os no IPC-S. N�o � aquela coisa que voc� aponta o dedo e percebe que s�o dois ou tr�s vil�es. Tem um contexto de infla��o realmente disseminada pelo �ndice", avaliou Picchetti ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado.
O economista da FGV acredita que o indicador de difus�o poder� desacelerar nas pr�ximas leituras, dado que alguns produtos aliment�cios, que t�m o comportamento bastante vol�til, j� est�o ajudando a abrandar o IPC-S e poder�o perder ainda mais for�a de alta. Ele citou como exemplo o tomate, cuja varia��o na terceira quadrissemana foi de 17,44%, ante 23,65%; leite tipo longa vida, que cedeu 3,12%, ap�s recuo de 2,72%; refei��es em bares e restaurantes, com eleva��o de 0,44%, depois de 0,46%; e carnes bovinas, com 1,13% em rela��o ao aumento de 1,76%. "Podem ajudar o n�mero (difus�o) a desacelerar", estimou.
Em raz�o da perspectiva de novo abrandamento do grupo Alimenta��o, puxado especialmente pelo segmento de carnes, devido � sazonalidade favor�vel, Picchetti manteve a expectativa de infla��o de 0,70% no IPC-S de novembro e de 5,70% no final do ano. "A taxa caminha em dire��o � nossa proje��o", disse. Entre a segunda e a terceira medi��o do m�s o �ndice cheio passou de 0 64% para 0,67%.
Combust�veis
Embora n�o tenha feito altera��o nas estimativas para o IPC-S, o coordenador do �ndice alerta para o comportamento dos pre�os dos combust�veis, que diz ser uma inc�gnita devido a dois fatores. O primeiro deles, segundo o professor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, � o per�odo de entressafra da cana-de-a��car, que j� come�a a afetar os pre�os do etanol e indiretamente da gasolina. "Mas essa n�o � a grande preocupa��o. A grande quest�o � saber se o reajuste vir� antes do final do ano, o que acaba por ter impacto no �ndice de difus�o, j� que combust�veis t�m componente indireto em outros grupos. � mais dif�cil de calcular, mas exerce press�o", avaliou.
IPCA x Selic
Para Picchetti, o aumento do indicador de difus�o, contudo, n�o deve mudar o quadro de expectativas em rela��o � infla��o oficial de 2013, que deve voltar a fechar perto de 6,00% (ante 5 84% em 2012). "A leitura (do mercado) � de que a infla��o (medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo/IPCA) n�o dever� romper o teto da meta (de 6,50%), mas poder� ficar pr�xima de 6,00% novamente, numa percep��o de que continua forte. Ent�o, o momento de combat�-la � agora", avaliou, ao referir-se � reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) deste m�s, que, segundo ele, dever� elevar, na quarta-feira, 27, a taxa de juros em 0,50 ponto porcentual, para 10,00% ao ano.