As vendas de d�lares no mercado futuro para segurar a cota��o da moeda fizeram a d�vida interna vinculada ao c�mbio atingir o maior n�vel em nove anos. A d�vida mobili�ria (em t�tulos) interna corrigida por moedas estrangeiras encerrou outubro em R$ 151,87 bilh�es, no valor mais alto desde janeiro de 2004, quando havia atingido R$ 155 bilh�es. Em termos percentuais, a fatia do c�mbio na d�vida interna subiu de 6,77% em setembro para 7,85% em outubro. A participa��o � a maior desde janeiro de 2005, quando alcan�ou 8,03%.
Apesar de n�o envolverem a emiss�o de t�tulos, as opera��es de swap cambial tradicional, que equivalem �s vendas de d�lares no mercado futuro, interferem na composi��o da D�vida P�blica Federal (DPF) conforme os crit�rios usados pelo Banco Central. Pelos crit�rios do Tesouro Nacional, que desconsidera as opera��es de swap, a participa��o do c�mbio na d�vida mobili�ria interna ficou est�vel em 0,67% em outubro.
A propor��o do c�mbio na d�vida mobili�ria interna tende a aumentar nos pr�ximos meses por causa da decis�o do Banco Central de injetar US$ 500 milh�es diariamente no mercado futuro at� o fim do ano. A despesa total dever� chegar a US$ 60 bilh�es, al�m dos US$ 40 bilh�es injetados entre maio e o fim de agosto.
Apesar do aumento da participa��o do c�mbio, a DPF atingiu em outubro uma das melhores composi��es da hist�ria. A participa��o de pap�is prefixados – com taxa de juros definida no momento da emiss�o – subiu de 41,59% em setembro para 41,91% em outubro, no maior n�vel registrado desde o in�cio da s�rie, em 1999.
A fatia dos t�tulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros b�sicos da economia), caiu de 14,84% para 13,59%. A participa��o dos t�tulos corrigidos pela infla��o, no entanto, ficou praticamente est�vel, passando de 36,79% para 36,65%. Todos esses n�meros tamb�m levam em conta as opera��es de swap pelo Banco Central.
Com taxas definidas no momento da emiss�o, os t�tulos prefixados s�o prefer�veis para o Tesouro Nacional porque d�o maior previsibilidade � administra��o da d�vida p�blica. Isso porque o governo sabe exatamente quanto vai pagar no futuro, quando ocorrer o vencimento dos pap�is. Em contrapartida, os pap�is vinculados � Selic representam mais risco porque pressionam a d�vida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros b�sicos por causa da infla��o.
Depois de bater recorde em setembro, quando atingiu 4,38 anos, o prazo m�dio da DPF caiu para 4,32 anos em outubro. O Tesouro Nacional n�o divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participa��o dos vencimentos nos pr�ximos 12 meses subiu de 24,17% para 24,64%. Prazos mais longos s�o favor�veis ao Tesouro porque d�o ao governo mais tempo para planejar e executar as opera��es de rolagem (renegocia��o) da d�vida p�blica.
Por meio da d�vida p�blica, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma corre��o, que pode ser definida com anteced�ncia, no caso dos t�tulos prefixados, ou seguir a varia��o da taxa Selic, da infla��o ou do c�mbio.