Com a eleva��o em 0,50 ponto porcentual da taxa b�sica de juros (Selic) pelo Copom - para 10% ao ano -, os fundos de renda fixa voltam a ficar mais competitivos para as carteiras dos investidores.
Segundo estudo da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as Administra��o e Contabilidade (Anefac), fundos de renda fixa com taxas de administra��o de at� 1% ao ano passam a render mais do que a poupan�a seja qual for o prazo de resgate. � taxa de 1 5%, o rendimento da caderneta s� se iguala aos fundos se o resgate for de at� seis meses.
“Daqui para a frente, a renda fixa come�a a reverter aquela vantagem que a poupan�a tinha”, diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econ�micos da Anefac. “At� uma Selic de 9,5%, a poupan�a ganhava dos fundos na maioria das situa��es, por n�o ter (incid�ncia do)imposto de renda e nem taxa de administra��o” afirma.
Na simula��o da Anefac, com o novo patamar da Selic, a poupan�a rende ao ano 6,42% ao ano (6,17% mais a Taxa Referencial). Assim um investimento de R$ 10 mil vai valer, ao fim de 12 meses, R$ 10.642. A mesma aplica��o em um fundo com taxa de administra��o de 1,5% pagaria mais ao investidor, totalizando R$ 10.693.
Desde agosto, quando a Selic chegou a 9% ao ano, os rendimentos das poupan�as antiga e nova foram igualados. Com a Selic maior do que 8,5%, ambas as cadernetas rendem 0,50% ao m�s (6,17% ao ano) mais a varia��o da Taxa Referencial (TR).
Taxas
Com a Selic a 10%, a renda fixa come�a a recuperar sua competitividade, atrelada, no entanto, a taxas de administra��o baixas, de at� 1,5% - menos do que o investidor de pequeno porte costuma pagar.
De acordo com a Anefac, taxas de 0,5% ao ano costumam exigir aplica��o de no m�nimo R$ 50 mil. “S� os grandes aplicadores conseguem essas taxas. O investidor comum hoje costuma obter taxas entre 2% e 2,5% ao ano, esse � o padr�o”, afirma Oliveira, da Anefac. Com taxa de 2%, os fundos s� seriam atrativos no longo prazo. A partir de 2,5%, a caderneta ainda bate a renda fixa independentemente do prazo de resgate. Assim, resta ao pequeno investidor seguir na poupan�a ou buscar taxas de administra��o mais competitivas no mercado.
“O investidor comum consegue taxas mais baixas se ele sair do grande varejo banc�rio”, afirma o educador financeiro Mauro Calil. “Ele consegue taxas de at� 1,5% em bancos menores, comprando ele mesmo um CDB e uma LCI pela internet ou recorrendo �s corretoras”, diz.
Na avalia��o de Calil, uma boa op��o para o pequeno investidor � recorrer a t�tulos p�blicos do Tesouro Direto. Michael Viriato, coordenador do Laborat�rio de Finan�as do Insper, concorda. “Quem investe menos de R$ 5 mil reais dificilmente obter� taxas desse porte. A op��o para o consumidor � ir ao Tesouro Direto e �s corretoras para obter um melhor neg�cio”, afirma. “Se ele se sente mais confort�vel na poupan�a, pode permanecer. Mas, hoje, ele j� consegue no Tesouro Direto rentabilidade melhor do que na caderneta”, diz.
O coordenador afirma que os t�tulos p�blicos s�o vantajosos pois atendem a perfis diferentes de investidor. “O mais conservador pode buscar uma taxa referenciada � Selic. J� quem � mais agressivo pode fazer um balanceamento entre t�tulos referenciados ao IPCA, � Selic e pr�-fixados”, diz.