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Estado de Minas

Aumento da renda nos �ltimos anos faz receita dos cinemas triplicar

Mercado movimenta cerca de R$ 1,6 bi por ano hoje no pa�s. Mesmo com expans�o anual de 10%, mercado ainda exclui milh�es de brasileiros


postado em 01/12/2013 06:00 / atualizado em 01/12/2013 07:10

Rômulo Santos e Ingrid saem de Rio Acima nos fins de semana para conferir os lançamentos na capital(foto: Ângelo Pettinati/Esp.EM/D.A.Press)
R�mulo Santos e Ingrid saem de Rio Acima nos fins de semana para conferir os lan�amentos na capital (foto: �ngelo Pettinati/Esp.EM/D.A.Press)

H� pouco mais de um ano o auxiliar de opera��es em transportes R�mulo Santos, de 20 anos, conheceu Ingrid J�nia, se apaixonou por ela e come�ou a namorar s�rio. O encontro mudou a rotina do rapaz, que trabalha de segunda a sexta-feira e nos fins de semana descobriu uma divers�o a dois: o cinema. R�mulo e Ingrid n�o perdem um lan�amento e saem de Rio Acima, na Grande BH, para assistir a filmes nacionais e em 3D nas salas de Belo Horizonte. Mas, apesar de a bilheteria movimentar perto de R$ 1,6 bilh�o ao ano (mais de tr�s vezes o faturamento de 2002), o Brasil � um pa�s sem telas e milh�es ainda n�o experimentaram como � ver um filme com a exclusividade do cinema.

Empurrada pelo aumento da renda das fam�lias e de 50 milh�es que ascenderam � classe m�dia, a plateia cresceu no pa�s e as sess�es est�o esgotadas. No ano passado foram vendidos 149 milh�es de ingressos, um crescimento consider�vel, de mais de 63% na �ltima d�cada. Apesar do sucesso da bilheteria, s�o milhares as cidades brasileiras que n�o contam com a divers�o. O mercado da exibi��o vem crescendo a uma propor��o de 10% ao ano, mas o avan�o � concentrado nas regi�es metropolitanas, onde h� uma superoferta de salas, e nas cidades de m�dio porte. At� outubro eram 2.690 salas e a meta da Ag�ncia Nacional do Cinema (Ancine) � chegar a 2014, ultrapassando a marca das 3 mil salas de proje��o, n�mero que o pa�s j� alcan�ou na d�cada de 1970.

Na opini�o de Pedro Olivotto, diretor do cinema Usiminas Belas Artes, a volta da representatividade do cinema no Brasil ainda est� engatinhando. Segundo ele, os canais de financiamento existentes para a montagem de salas ainda s�o desconhecidos nos munic�pios de menor porte Brasil adentro. Nos c�lculos dele, apenas 9,8% da popula��o brasileira frequentam salas de cinema. “Isso quer dizer que existe uma vastid�o enorme e vazia nesse campo. N�o d� para dizer que cinema n�o d� certo no interior. Se n�o existe oferta, n�o h� como medir a demanda”, acredita.

A ex-faxineira Helena Celeste C�ndida, de 66 anos, nasceu em Crucil�ndia, na Regi�o Central do Estado, e mudou-se- para BH aos 16 anos. Hoje ela mora no Bairro S�o Benedito, em Belo Horizonte, mas nunca foi ao cinema. Apesar de ter passe-livre e poder usar o servi�o de transporte metropolitano sem custos, ela explica que n�o gosta de sair � noite. “Tenho sete filhos mas nenhum deles nunca me convidou para ir ao cinema. Fui criada na ro�a e s� sei o servi�o de ro�a e de faxina. Sou muito simples.” � assim que ela explica o fato de nunca ter assistido � telona na vida.

Sem op��o Para ter ideia, mais de 50% das cidades de Minas t�m at� 10 mil habitantes, condi��o que as deixa longe da magia do cinema, como � o caso da pequena Rio Acima, onde vive o casal R�mulo e Ingrid J�nia. Outras 186 cidades tamb�m est�o exclu�das porque t�m at� 20 mil habitantes e n�o t�m fluxo de consumo para atrair um shopping center. Quase 90% desses empreendimentos trazem o cinema como atra��o e s�o grandes alavancas das salas de proje��o. “Essa � uma equa��o dif�cil. Muitas vezes uma cidade n�o tem demanda para um shopping center, mas poderia ter um cinema”, aponta Pedro Butcher, editor do Filme B, especializado em estat�sticas do setor.

Em Minas, como no pa�s, as salas est�o concentradas na regi�o metropolitana e em cidades acima de 100 mil habitantes. Dos 853 munic�pios do estado, apenas 30 est�o dentro dessa estat�stica. Segundo dados da Ancine, no estado 122 cidades com popula��o entre 20 mil e 100 mil habitantes s�o candidatas potenciais para receber uma sala de proje��o. Mas at� mesmo munic�pios com um n�mero muito maior de habitantes, como Ribeir�o das Neves, com 300 mil habitantes, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), carecem de salas de proje��o.

Em breve, Ribeir�o das Neves vai ganhar seu primeiro shopping center. O empreendimento, voltado principalmente para atender a classe m�dia, vai oferecer em sua estrutura quatro salas de cinema. “Hoje as fam�lias da classe C frequentam tudo. Viajam de avi�o, se hospedam em hot�is e v�o ao cinema”, diz Elias Tergilene, respons�vel pelo empreendimento, que dever� ser inaugurado entre 2015 e 2016 com investimentos na ordem de R$ 22 milh�es e gera��o de 1.200 empregos diretos. Sem revelar nomes, Tergilene diz que os futuros exibidores s�o especialistas em salas de proje��o de menor porte, com investimentos tamb�m menores.

Sandra Soares Vieira Gon�alves tem 35 anos e trabalha como agente de seguran�a na cidade. Ela mora em Neves e nunca foi ao cinema. “Com certeza tenho muita vontade de ir, mas aqui n�o tem salas e fica dif�cil pegar um �nibus e ir at� Belo Horizonte para assistir a um filme”, lamenta.


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