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Estado de Minas

Infla��o recua para 0,54% , mas alta dos combust�veis vai pesar no bolso

Reajustes elevados amea�am meta do Governo para 2014. Em BH, �ndice � de 0,53%


postado em 07/12/2013 06:00 / atualizado em 07/12/2013 07:21

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

A infla��o oficial registrou alta de 0,54% em novembro. Apesar do leve recuo em rela��o � eleva��o de 0,57% em outubro, especialistas n�o acreditam que as press�es dos pre�os est�o diminuindo. Pelo contr�rio: a partir de dezembro, a expectativa deles � de aumento cont�nuo no custo de vida do brasileiro, principalmente por causa do aumento dos combust�veis, e isso dever� ficar mais evidente em 2014. Antes mesmo do reajuste da gasolina nas refinarias da Petrobras, o pre�o do combust�vel nos postos j� subiu 0,63% em novembro, ap�s ter ficado praticamente est�vel (0,1%) em outubro.

Alguns especialistas estimam que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano ficar� acima de 6%, podendo chegar a 6,5% em algumas proje��es, teto da meta estipulada pelo Conselho Monet�rio Nacional (CMN). No acumulado em 12 meses at� novembro, o IPCA ficou em 5,77%, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) divulgados ontem.

“A taxa ficou um pouquinho menor em novembro na compara��o com outubro. Foi resultado muito pr�ximo e a infla��o ficou num n�vel muito semelhante”, observou a coordenadora de �ndice de Pre�os do IBGE, Eulina Nunes. Segundo ela, o impacto do reajuste dos combust�veis, ocorrido em 30 de novembro, ser� percebido no IPCA de dezembro. Como vil�es, os reajustes de energia no Rio de Janeiro e em Porto Alegre ajudaram a elevar o custo desse item em 1,63%. J� os feriados do m�s passado fizeram a demanda por viagens crescer e elevar o pre�o das passagens em 6,52%. Para ela, esses itens ajudaram no resultado “est�vel” do IPCA, apesar da desacelera��o do aumento dos pre�os dos alimentos, que passou de 0,25% em outubro para 0,14% em novembro.

Na Grande BH Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte o IPCA apresentou varia��o de 0,53% em novembro, 0,01 ponto percentual a menos do que o nacional. No acumulado dos �ltimos 12 meses BH aparece em segundo lugar no pa�s, com 5,46%, atr�s apenas de Salvador, com 4,43%. J� o resultado nos 11 primeiros meses de 2013 acumula alta de 4,92% em BH e 4,95%, no Brasil. A expectativa, segundo o analista do IBGE em Minas, Ant�nio Braz, � de que infla��o na Grande BH feche o ano em 5,8%.

Apesar de ter infla��o mais baixa que o �ndice registrado no pa�s, em BH o �ndice aumentou de outubro para novembro, passando de 0,42% para 0,53%. Na capital mineira, o grupo de alimentos tamb�m registrou desacelera��o, passando de 0,93% em outubro para 0,76% em novembro. Vestu�rio tamb�m recuou, de 0,92% para 0,79%. Ainda assim, esses dois grupos, juntamente com artigos de resid�ncia e despesas pessoais, subiram acima da m�dia do �ndice.

A assistente social Maria de F�tima de Castro conta que as compras da semana ficaram mais caras. O gasto de R$ 50 com hortifr�ti e alguns itens essenciais na cozinha passou a de R$ 65 a R$ 70. Para tentar economizar, ela substitui o produto mais caro por outro com caracter�sticas semelhantes e mais barato. “O tomate foi reduzido e, mesmo assim, houve semana em que nem entrou no carrinho de compras. Outro dia levei um susto ao pegar um abacaxi com pre�o de R$ 7. Est� tudo muito caro, o dinheiro n�o est� rendendo”, comenta.

A contadora Kelly Mara diz que a maior parte da renda est� comprometida com itens b�sicos de alimenta��o e para a casa. Por semana ela gastava em m�dia R$ 300 com compras, e com a alta da infla��o o or�amento semanal j� passou para R$ 400. “Tento substituir alguns produtos e se estiver muito caro eu n�o levo. S�o quatro pessoas em casa e at� mesmo o p�o se sal foi trocado por produtos feitos em casa ou mais baratos. Eles aumentam o pre�o e diminuem o tamanho”, lamenta.

Sem supresa Apesar de a m�dia das estimativas de mercado ter sido de alta de 0,58% no IPCA de novembro, o resultado abaixo do esperado n�o empolgou os especialistas. O economista s�nior do banco BES Investimento, Fl�vio Serrano, por exemplo, demonstrou preocupa��o com a forte dissemina��o da infla��o na maioria dos itens que comp�em o indicador. “O �ndice de difus�o permaneceu pairando em n�veis muito elevados, chegando a 68,2% de produtos do IPCA, contra 67,7% em outubro”, alertou. “O mercado espera um IPCA ligeiramente mais salgado daqui para frente”, avisou.

O economista-chefe da MB Associados, S�rgio Vale, tamb�m n�o demonstrou anima��o com o IPCA. “O �ndice ficou dentro do esperado, mas n�o surpreendeu. Em dezembro, n�o devemos ter grandes problemas. O aumento da gasolina foi pequeno e o impacto total no IPCA ser� baixo, n�o passando de 0,2 ponto percentual pegando gasolina, �lcool e diesel. Assim, devemos ter um IPCA em torno de 0,64% em dezembro e um ano fechado em 5,6%”, afirmou.

Infla��o no ano pode ser menor

O resultado da infla��o oficial de novembro e as expectativas de que o impacto no pre�o da gasolina em dezembro n�o ser� muito forte fazem com que os especialistas acreditem que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, conseguir� cumprir o compromisso de alcan�ar este ano uma infla��o menor do que a de 2012. Para que isso n�o ocorra, pelos c�lculos feito pelo Estado de Minas, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) dever� ficar acima de 0,9% em dezembro. Para o economsita-chefe do banco ABC Brasil, Lu�s Ot�vio de Souza Leal Alguns, o indicador este m�s dever� ser maior que 0,84% para que a infla��o de 2013 ultrapasse os 5,84% de 2012.

Alguns especialistas j� apostam que o ciclo de aumento da taxa b�sica de juros (Selic) chegou ao fim. O economista-chefe da MB Associados, S�rgio Vale, por exemplo, aposta que o governo vai obrigar o BC a segurar os juros no n�vel atual, de 10%, at� as elei��es de 2014. “N�o foi � toa que o BC marcou duas reuni�es depois de outubro, o que n�o � normal”, acrescentou. A equipe de estudos macroecon�micos do Ita� Unibanco, por sua vez, prev� uma eleva��o de 0,25% na Selic at� o fim de 2014, mas alerta que “a pol�tica fiscal continuar� expansionista”. O banco n�o espera acelera��o no crescimento e reduziu recentemente a proje��o de expans�o da economia brasileira neste ano de 2,4% para 2,2%, mas manteve a de 1,9% para 2014.

Na avalia��o de Lu�s Otavio de Souza Leal, “os dados anal�ticos (do IPCA de novembro) n�o corroboram o otimismo com o processo inflacion�rio”. “A conclus�o � de que, mais uma vez tivemos uma foto boa, mas a vis�o do filme n�o parece boa, ou seja, o resultado mensal veio bom, praticamente garante que a infla��o neste ano ficar� abaixo dos 5,84% de 2012, mas mostra que ainda h� trabalho a ser feito no combate ao processo inflacion�rio”, afirmou. Leal lembra que o discurso de manuten��o do aperto monet�rio do BC sustenta a proje��o de que os juros continuar�o a ser elevados em 2014, mesmo que em ritmo mais lento. “Para dezembro esperamos que a desacelera��o dos alimentos compense, em parte, a alta dos combust�veis, de modo que o resultado fique entre 0,65% e 0,70%. Caso essa previs�o se confirme fechar�amos o ano com a infla��o entre 5,63% e 5,68%”, completou.





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